CHAPECÓ – “O último pulmão da cidade foi ferido”
1 de agosto de 2017
Muitas arvores, inclusive pinheiros com mais de 40 anos já foram derrubadas. Enquanto se discute mundialmente formas de diminuir a emissão de poluentes, manutenção e aumento das áreas verdes, o governo do Estado de Santa Catarina, inicia a destruição de uma das mais importantes áreas verdes da cidade de Chapecó. A denúncia foi feita pelo Coronel reformado da Polícia Militar, ex-secretário de defesa do cidadão do município e ex-comandante Geral da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, Sérgio Wallner.
Segundo Wallner, o governo do estado através da Secretaria de Segurança Pública, quer construir na área do batalhão da Polícia Militar de Chapecó, onde existe uma reserva florestal, uma Central de Emergência Integrada e, “muitas arvores, inclusive pinheiros com mais de 40 anos já foram derrubadas para atender a este projeto. O último pulmão da cidade foi ferido” disse.
A área verde que está sendo desmatada para a construção da obra, fica ao lado do Eco Parque, utilizado por milhares de pessoas para caminhadas e como lazer. Diversas tentativas foram feitas para aumentar o eco parque utilizando-se desta área, mas não foi possível. “Não podemos deixar isto acontecer neste local, pois hoje será um pedaço, amanhã será outro e assim toda a área de reserva florestal ali existente será destruída”, afirmou Wallner.
O desmatamento tem causado efeitos negativos nas florestas, as consequências da retirada da cobertura original são principalmente perda de biodiversidade, degradação do solo e o aumento da incidência de processo de desertificação, erosões, mudanças climáticas e na hidrografia.
É importante que a sociedade se mobilize para não deixar que destruam o pouco que já temos de reservas florestais em nossa cidade. “Existe muitas áreas, muitas áreas mesmo para ser construído este prédio e foram logo desmatando uma área nobre com arvores de mais de 40 anos, que formam uma reserva florestal dentro da cidade de Chapecó”, concluiu.
Desmatamento no Brasil
Segundo informações da ONG Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgadas no mês de maio deste ano, com novos dados do Atlas da Mata Atlântica, no período de 2015-2016, foi verificado um desmatamento de 290 Km² nos 17 estados que possuem partes do bioma da Mata Atlântica, um aumento de 57,7% em relação ao período anterior (2014-2015), que teve desmatamento de 184 km².
A Bahia foi o estado com mais desmatamento 122,8 km² (alta de 207% em relação ao ano anterior, quando foram destruídos 39,9 km²). Dois municípios baianos – Santa Cruz Cabrália e Belmonte são os maiores desmatadores, com derrubada de 30,5 km² e 21,1 km², respectivamente.
O segundo estado com mais desmatamento é Minas Gerais, com 74 km² desmatados, seguido por Paraná (34,5 km²) e Piauí (31,25 km²). Santa Catarina aparece na quinta posição, tendo desmatado 8,46 km² no período de 2015-2016, frente a 5,98 km² entre 2014-2015, registrando um aumento de 41%.
Por Luciano Rilozi
Fonte: ROBERTO LORENZON
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