Preços pagos aos produtores de leite em SC registram alta em junho

Preços pagos aos produtores de leite em SC registram alta em junho

25 de junho de 2018 Off Por Editor



  • Seca, excesso de chuva, greve dos caminhoneiros, desestímulo pelos preços baixos – uma série de fatores contribuiu, nos últimos meses, para a diminuição da produção de leite no Brasil. Com a menor oferta dessa matéria-prima, o preço subiu. Nesta semana, o Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina, reunido em Joaçaba, anunciou os valores de referência para este mês de junho com projeção de 11,2% de aumento.

    O leite entregue em junho para processamento industrial a ser pago em julho pelos laticínios terá aumento de 12 a 15 centavos/litro. Os valores projetados são os seguintes: leite acima do padrão R$ 1,5770/litro; leite padrão R$ 1,2821 e abaixo do padrão R$ 1,1871. Os valores se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.

    O mercado catarinense está pagando aos produtores rurais, como de praxe, acima dos valores de referência. O consumidor está sentindo os efeitos dessa nova situação nas gôndolas, pois o preço final também subiu no varejo.

    A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) explicou que, com a redução da oferta, muitas indústrias lácteas de outros Estados estão comprando o leite catarinense, aquecendo o chamado “mercado spot”. Essa situação força os laticínios do Estado a elevar o preço para garantir o estoque de leite bruto para processamento.

    Em algumas regiões ocorreu seca e, em outras, excesso de chuvas prejudicando em ambos os casos, as pastagens. Com menos alimento, o gado bovino leiteiro produziu menos. Por outro lado, durante a greve dos transportadores, mais de 5 milhões de litros de leite por dia foram jogados fora porque não puderam ser retirados das propriedades rurais, totalizando mais de 50 milhões de litros desperdiçados.

    O presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo observa que as incertezas do mercado serão reduzidas quando a região ingressar no mercado internacional. “O Sul tem condições de exportar, principalmente pela qualidade do rebanho e por abrigar grandes indústrias. Temos que fazer a nossa parte com uma produção de qualidade e alto nível que permita a exportação de produtos lácteos para inúmeros países”, asseverou.

    ATUALIZAÇÃO

    Na última reunião, a diretoria do Conseleite aprovou os resultados dos estudos da Câmara Técnica relativos aos custos de produção de produtores e indústrias que resultam em novos valores de referência para os derivados lácteos considerados no modelo. Foram alterados os parâmetros de qualidade do Leite-Padrão de acordo com a legislação e as estatísticas relativas ao leite recebido pelas empresas participantes do Conseleite Santa Catarina. Foram alteradas também as escalas de ágios e deságios para os parâmetros de qualidade e volume.

    Santa Catarina é o quarto produtor nacional. O Estado gera 3,059 bilhões de litros ao ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 75% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 9 milhões de litros/dia, mas a capacidade industrial está estruturada para processar até 10 milhões de litros de leite/dia.