Cabeleireira simula sequestro, viaja com o amante que conheceu no Facebook e é indiciada junto com ele
22 de outubro de 2018Mulher estava desaparecida desde que saiu para participar de um curso de estética. Ela declarou à polícia que teve a ideia de montar um falso sequestro para justificar a ‘ausência’ ao marido.
Um suposto desaparecimento de uma cabeleireira, investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil de Mato Grosso, foi solucionado nesta segunda-feira (22), em Cuiabá.
De acordo com a Polícia Civil, Alline Figueiredo da Cruz, de 28, anos, que era considerada desaparecida desde a última quarta-feira (17), simulou um sequestro para ficar com o amante dela, Marcelo de Souza Arruda. Eles se conheceram pelo Facebook.
Alline foi encontrada no domingo (21) dizendo que foi vítima de sequestro. No entanto, em depoimento à polícia, Alline confessou que simulou o desaparecimento para ficar com Marcelo. O G1 não localizou o advogado dela.
À polícia, ela explicou que teve a ideia de inventar o sequestro para justificar a ausência dela ao marido. O casal viajou para uma propriedade rural no Distrito de Mimoso, em Santo Antônio de Leverger, a 35 km de Cuiabá.
Segundo a GCCO, Alline e Marcelo foram autuados nesta segunda-feira por falsa comunicação de crime.
As investigações apontaram eles montaram uma versão fictícia de um sequestro que teria ocorrido no município de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
O caso
Familiares de Alline denunciaram o desaparecimento na quinta-feira (18) relatando que a última vez que havia sido vista foi na noite de quarta-feira. Naquela ocasião, ela afirmou ao marido que iria para um shopping em Várzea Grande para participar de um curso na área de estética e beleza.
Desde a comunicação do suposto desaparecimento, a polícia fazia buscas pela cabeleireira. Alguns familiares da jovem chegaram a receber telefonemas no dia seguinte ao desaparecimento, onde um homem se identificou como sequestrador.
O suposto sequestrador teria passado instruções para que a polícia não fosse comunicada de nada, caso contrário Alline seria morta.
Durante todo o final de semana a GCCO ouviu depoimentos e investigou pistas do suposto sequestro. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) fez perícia no carro da mulher que foi encontrado abandonado perto da Avenida Fernando Corrêa, na capital.
Na noite de domingo, Alline pediu ajuda da Polícia Militar. Ela relatou ter sido rendida por três criminosos armados que a obrigaram a seguir com eles em outro automóvel, sendo mantida trancada no quarto de uma residência durante quatro dias.
Segundo relato da mulher, os supostos criminosos a teriam libertado apenas no domingo, na Rodovia dos Imigrantes.
Ao contrário do que Alline explicou, testemunhas disseram à polícia que a viram tomando cerveja em uma lanchonete, acompanhada de um homem.
Confissão
Em depoimento na delegacia, Alline confessou que estava durante os quatro dias em companhia de Marcelo, que conheceu pelo Facebook há aproximadamente um mês.
Ela declarou que na noite de quarta-feira teria ingerido muita bebida alcoólica, fazendo com que perdesse o horário de voltar para casa.
No dia seguinte, ela declarou ter tido a ideia de montar um falso sequestro para justificar sua ‘ausência’ ao marido.
Alline e Marcelo foram para uma propriedade rural em Mimoso, onde permaneceram até a tarde de sábado (20). A propriedade é do pai de Marcelo.
Ela admitiu que comprou um chip para que fosse feito contato com a família se passando por sequestrador. A ligação foi feita por Marcelo.
A mulher também detalhou que rasgou a própria roupa antes de pedir ajuda à polícia. Marcelo ainda está sendo ouvido na GCCO.
Ainda conforme a polícia. Marcelo teria tentado evitar a situação, alertando a Alline que simular um sequestro era uma coisa grave.
Com informações G1