Pai e filho são condenados a mais de 32 anos por homicídio em Quilombo

Pai e filho são condenados a mais de 32 anos por homicídio em Quilombo

19 de dezembro de 2018 Off Por Editor



  • ​O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da comarca da Capital, em Florianópolis, em sessão presidida pela juíza substituta Mônica Bonelli Paulo Prazeres, condenou pai e filho a penas que juntas ultrapassam 32 anos de reclusão, pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Ambos foram sentenciados pelo assassinato do suposto amante da mãe, em Quilombo, no Oeste catarinense, em novembro de 2011, mas terão o direito de recorrer em liberdade. A pedido do Ministério Público o julgamento foi realizado no litoral, porque os réus são conhecidos na cidade, fato que poderia influenciar na decisão. A vítima foi morta, segundo a defesa, com golpes de uma talhadeira.

    Em razão de já ter sido condenado pela prática de outro homicídio, em 2004, o pai recebeu pena de 19 anos e 20 dias de reclusão em regime fechado. Já para o filho, que não possui antecedentes, a reprimenda foi fixada em 13 anos, sete meses e 10 dias. O Conselho de Sentença reconheceu as três qualificadoras apontadas pelo Ministério Público: motivo torpe, dificuldade de defesa da vítima e meio cruel.

    A defesa dos réus pedia a absolvição do pai, porque o filho teria assumido a autoria do crime sozinho. Além disso, requereu a desqualificação da denúncia contra o filho para homicídio privilegiado, em virtude de ele estar sob violenta emoção após injusta provocação. Segundo os advogados dos réus, o filho estava arrumando uma cerca quando foi provocado pela vítima e acabou matando o homem com golpes de talhadeira.

    Já a tese do Ministério Público foi baseada no primeiro depoimento da ex-esposa de um dos réus e mãe do outro. A mulher disse que no dia anterior ao crime foi questionada pelo ex-marido sobre um suposto relacionamento extraconjugal com a vítima. Ela chegou a ser agredida com um soco no pescoço. O ex-companheiro passou a noite bebendo cachaça e procurando um facão.

    Na manhã seguinte, ela e o ex-marido foram para a roça, como de costume, mas ele desapareceu durante uma hora. Quando retornou, segundo o depoimento da mulher na delegacia, o homem estava transtornado e a obrigou a ficar abaixada no meio da roça de mandioca por três horas, com medo de represálias da família da vítima. Em juízo, dias depois, ela mudou a história e disse que passou a manhã tirando leite com o ex-marido.

    A vítima, que todas as manhãs realizava medição do nível de água de um rio para estudo de hidrografia e construção de uma hidrelétrica, foi encontrada morta e teria sido atingida, segundo laudo pericial, por um instrumento contundente.

    Com informações Elizandra Gomes – TJSC