Mãe de catarinenses encontrados sem vida no Chile morreu em SC horas antes da família
23 de maio de 2019Família passava mal dentro de apartamento em Santiago quando recebeu ligação com notícia da morte da senhora, que tinha câncer. Polícia chilena suspeita de vazamento de gás.
Pouco antes da morte da família brasileira que estava em um apartamento em Santiago, no Chile, nesta quarta-feira (22), a mãe de duas das vítimas morreu de câncer em Florianópolis, capital catarinense. Parentes que estavam no Brasil chegaram a comunicá-los por telefone sobre a morte dela, mas perderam o contato com o grupo logo em seguida.
Ainda segundo familiares, os dois casais e os dois adolescentes chegaram a relatar, durante a ligação, que estavam todos passando mal. Logo depois, os parentes no Brasil não conseguiram mais falar com eles. Bombeiros chilenos suspeitam que um vazamento de gás tenha causado as mortes.
Iete Isabel Muniz Nascimento estava desde terça-feira (21) internada no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) e morreu na madrugada de quarta-feira. O corpo foi velado e cremado durante esta manhã em Palhoça, na Grande Florianópolis. Ela era mãe de Jonathas Nascimento Krueger, 30 anos, e Débora Muniz Nascimento de Souza, 38 anos, que morreram no Chile.
Débora era mulher de Fabiano de Souza, 41 anos, e mãe dos dois adolescentes. Todos morreram no apartamento em Santiago. Eles estavam na cidade para comemorar o aniversário da filha Caroline Nascimento de Souza, que completaria 15 anos nesta semana.
O advogado da família catarinense, Mirivaldo Aquino de Campos, chegou a dizer que iria resolver a cremação da mãe antes de providenciar o translado do Chile.
O prefeito do município de Biguaçu, cidade natal de parte da família, decretou luto oficial de três dias. “É uma tragédia sem igual, a família querida, conhecida. A mãe faleceu ontem. A família foi dar notícia pra filha e aí descobre que a família toda lá também faleceu. É um negócio que ninguém acredita”, disse o prefeito Ramon Wollinger.
“É o momento de prestar o apoio necessário para a família, toda a questão de logística, e confortar essa família que foi uma tragédia muito grande”, completou o prefeito.
A amiga da família e fotógrafa Amanda Silva Rosa contou durante a cerimônia de despedida de Iete a dificuldade dos parentes em lidar com a situação. “Só aqui é um valor muito alto com o velório da dona Iete. A família está pedindo socorro”, disse.
A mesma amiga conta como foi o momento de contato de Débora com os familiares. “A Débora entrou em contato com a família e foi a última a falecer. Mas ela viu todos morrerem. Ela achou que eles estavam tendo uma crise convulsiva. O pequeno de 13 anos ele estava totalmente roxo. Ele conseguiu mandar foto do marido. Mas a gente deletou porque foi muito forte”, afirmou a amiga.
Morte no Chile
Bombeiros chilenos suspeitam que um vazamento de gás tenha causado as mortes. O prédio, no Centro da capital chilena, foi esvaziado durante as operações.
A identidade dos seis brasileiros encontrados mortos em um apartamento em Santiago, no Chile, foi informada nesta quinta-feira (23) por uma parente e um advogado da família. Cinco das vítimas eram catarinenses e uma, goiana.
As vítimas são:
Fabiano de Souza, 41 anos (Pai dos adolescentes e marido de Débora. Ele trabalhava como pedreiro e pescava para complementar a renda);
Débora Muniz Nascimento de Souza, 38 anos (Mãe dos adolescentes e mulher de Fabiano. Ela trabalhava como professora);
Karoliny Nascimento de Souza, 14 anos (Filha de Fabiano e Débora. Ela completaria 15 anos nesta semana e estudava no 1º ano do ensino médio, em Florianópolis);
Felipe Nascimento de Souza, 13 anos (Filho de Fabiano e Débora. Ele estudava no 9º ano do ensino fundamental, em Biguaçu);
Jonathas Nascimento, 30 anos (Catarinense, irmão de Débora e marido de Adriane, que residia em Hortolândia. Ele era chefe do Departamento Pessoal do Instituto Adventista de Tecnologia e estava de férias);
Adriane Kruger (Goiana, mulher de Jonathas e morava em Hortolândia).
Com informações G1 SC