Entenda os motivos que fazem o mel catarinense um dos melhores do mundo
7 de junho de 2019O mel produzido em Santa Catarina já venceu cinco títulos de melhor do mundo no congresso da Federação Internacional de Associações de Apicultores (Apimondia). As razões para o sucesso da apicultura catarinense são tão numerosas quanto as medalhas conquistadas pelos produtores do Estado. Tudo começa com as condições geográficas de Santa Catarina, que garantem não só um produto de qualidade superior como uma produtividade por quilômetro quadrado mais de 12 vezes acima da média nacional.
“Como nosso relevo é bastante acidentado, há algumas áreas que não são praticáveis para a lavoura, mas para a apicultura é o ideal. Há uma ampla variedade de mata nativa, uma flora apícola muito diversificada e inúmeros tipos de solo, vários microclimas nas regiões”, explica o extensionista rural da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, Rodrigo Durieux da Cunha.
Outro fator, segundo ele, é a capacidade técnica dos apicultores catarinenses. Eles têm disposição para aprimorar as técnicas de cultivo. “Há um trabalho muito intenso da Epagri, junto de outras instituições, como a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc) e instituições de ensino e pesquisa, para qualificar o cultivo, aumentando a produtividade e a qualidade”, afirma o extensionista.
Feira do Mel
Desde quarta-feira, 5, até sábado, 8, o melhor da produção catarinense pode ser encontrado na 20ª Feira do Mel, em Florianópolis. O evento ocorre na Avenida Paulo Fontes, em frente ao Ticen, e está sendo organizada pela Faasc, Epagri e Prefeitura de Florianópolis. A principal novidade do evento para este ano é que o mel será vendido mais barato que em 2018: o preço é de R$ 23 o quilo do mel convencional e a R$ 28 o quilo do mel orgânico e melato.
“Até aqui, a Feira do Mel tem superado as expectativas. Além do aumento do número de feirantes, tivemos mais consumidores e maior venda dos produtos. O evento é importante para divulgar e incentivar o consumo do mel”, avalia o presidente da Faasc, Ênio Frederico Cesconetto. Segundo ele, é comum que os compradores da feira acabem se tornando consumidores das marcas que conhecem no evento.
É o que aconteceu, por exemplo, com o aposentado Marcelino Pontes, morador de Florianópolis, presente mais uma vez à Feira do Mel. “Eu compro um mel de Luzerna há muitos anos, porque achei muito bom, um mel puro”, relatou Pontes.
Apicultor de Campo Alegre, Egon Luiz Drefahl, participa da Feira do Mel pela sexta vez. De acordo com Drefahl, a produção do ano foi acima do esperado e a tarefa, agora, é comercializar o mel. Para isso, considera a feira um ótimo canal. “O local está excelente, temos a esperança de que vamos vender bem”, projeta.
O evento ocorre em meio à Semana de Conscientização Ambiental. Em comemoração, foi organizada uma Mostra de Projetos Ambientais que são desenvolvidos em Santa Catarina. Também há a distribuição de mudas de plantas nativas para quem visitar a feira.
A apicultura catarinense
Santa Catarina tem 9 mil famílias rurais trabalhando com abelhas e 323 mil colmeias. O Estado tem a melhor produtividade do país, uma média de 68 quilos por quilômetro quadrado, contra cinco quilos no restante do Brasil.
De acordo com a edição mais recente do Inventário da Apicultura Catarinense, de 2016, 289 municípios catarinense têm alguma produção de mel. Os maiores produtores são, nesta ordem, Bom Retiro, Içara, Urubici, Santa Terezinha, Fraiburgo, São Joaquim e Anitápolis.
Além do mel, outros produtos da apicultura catarinense são pólen, própolis, cera bruta, núcleos, rainhas e apitoxina. A polinização também é importante, por exemplo, para o cultivo de macieiras.