LIRAa aponta alto risco para uma epidemia em Chapecó

LIRAa aponta alto risco para uma epidemia em Chapecó

21 de novembro de 2019 Off Por Editor



  • O Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) é a metodologia recomendada pelo Ministério da Saúde para a determinação do Índice de Infestação Predial (IIP) do mosquito vetor da dengue (Aedes aegypti). Através da amostragem de imóveis do município, é possível realizar de forma imediata um diagnóstico da situação da presença do mosquito vetor na cidade.

    Essa metodologia tem sido empregada em Chapecó desde 2009. A execução do LIRAa de novembro de 2019 envolveu a equipe de agentes de endemias do município. No total, 45 pessoas realizaram o trabalho de levantamento de dados, que aconteceu entre os dias 28 de outubro a 05 de novembro de 2019. Foi programada a amostragem em estratos, constituídos por 48 bairros do município. Neste levantamento não foram incluídos os 12 bairros periféricos. Foram programadas visitas em 3.187 imóveis. Conforme a metodologia do LIRAa, são sorteados os quarteirões que serão visitados pelos agentes. Considerando as perdas devido a impedimentos (imóveis fechados ou recusados), as visitas foram realizadas em todos os imóveis abertos do quarteirão.

    A amostragem do LIRAa alcançou 3.411 imóveis na cidade, atingindo 100% das visitas programadas. O resultado do levantamento realizado em novembro mostrou índice de infestação considerado de médio risco (maior ou igual a 1 a menor ou igual 3,9%). O IIP registrado na cidade foi de 2,8%. O mosquito Aedes aegypti foi encontrado, na forma de larva e/ou pupa, em 108 recipientes, dispostos em 95 imóveis. Todos os bairros amostrados estão em condições de infestação média ou alta. Esse resultado revela que o município encontra-se em alto risco para uma epidemia. Os focos estão espalhados em todos os bairros visitados.

    As visitas domiciliares realizadas pelos Agentes de Combate a Endemias e têm a função de informar e orientar a comunidade para que sejam adotadas ações de prevenção e controle do mosquito nas suas residências e locais de trabalho. Essas ações, no entanto, não são efetivas se a população não estiver mobilizada para realizar, de forma contínua e autônoma, a prevenção e eliminação dos criadouros do mosquito vetor.

    Faça sua parte

    Combater o mosquito Aedes Aegipty deve ser uma preocupação diária de todos, visando especialmente eliminar os criadouros do mosquito. Tanto no verão, quanto no inverno o trabalho das equipes de combate da Administração Municipal, por meio da Secretaria de Saúde, não para e o principal foco das atividades são a prevenção e sensibilização da comunidade. A orientação é para que a população receba os agentes e siga as orientações repassadas. É importante eliminar todos recipientes que possam acumular água. Fazer uma vistoria no terreno, e recolher todos os possíveis criadouros. Tampas, garrafas, potes, vidros, enfim, tudo precisa ser recolhido e colocado adequadamente nas lixeiras ou armazenado em local coberto.

    Dados

    Em Chapecó, em 2014 foram registrados 2.686 focos; 2015 foram registrados 846 focos do mosquito; em 2016 foram 514; em 2017 foram 601; em 2018 foram 1023 focos encontrados e em 2019, 1.234 focos encontrados, especialmente nos Pontos Estratégicos – PE, (borracharias, ferro-velho, cemitérios…). Quanto aos tipos de depósitos que apresentam focos do mosquito estão: 49% em lixos e sucatas, 17% em depósitos móveis (baldes, tonéis,…), 15% em pneus, 11% cisternas, 6% em piscinas e 2% em plantas. Em 2019, 1.885 inspeções e vedações de depósitos elevados foram realizadas, 1.149 borrifações foram realizadas, 46.773 pneus foram recolhidos e 61.518 pessoas foram abordadas em ações educativas.

    Dicas importantes:

    • Cuidado especial no armazenamento e destinação do lixo, mantendo-o em recipiente fechado e disponibilizando-o para recolhimento pela Limpeza Urbana na frequência usual;
    • Jamais descarte o lixo ou qualquer outro material que possa acumular água no quintal de casa, no quintal de vizinhos, na rua ou em lotes vagos;
    • Mantenha a caixa d’água sempre limpa e totalmente tampada. Além disso, mantenha as calhas livres de entupimentos para evitar represamento de água;
    • Elimine os pratinhos de vasos de plantas; caso não seja possível mantenha-os limpos e escovados pelo menos três vezes ao dia;
    • Ao trocar os pneus, deixe os velhos na borracharia, para que o destino adequado seja dado a eles;
    • Mantenha limpos e escovados os bebedouros de animais domésticos; a água deve ser trocada diariamente; mantenha piscinas sempre em uso e devidamente tratadas;
    • Atenção especial ao sair de férias para que esses cuidados estejam garantidos na ausência do morador.
    • Receba os Agentes de Combate as Endemias e siga as orientações repassadas pela equipe.

    Números de casos registrados ou investigados

    A situação epidemiológica de Chapecó teve em 2016, 3.127 casos investigados de dengue, com confirmação de 820 casos. Já em 2017 foram investigados 507 casos com um caso importado. Em 2018 foram investigados 227 casos, todos negativos. Em 2019, já foram registrados 301 casos, destes, 18 confirmados, 280 negativos e 03 aguarda resultado.

    Os casos de Zika registrados em 2016 foram 38 casos e 03 positivos. Em 2017, 03 casos foram investigados e tiveram resultados negativos. Em 2018, teve 01 caso negativo e 02 aguardam confirmação. Em 2019, foram registrados 05 casos suspeitos da doença, todos negativos.

    Os números de chikungunya são em 2016 foram investigados 166 casos, com confirmação de quatro casos. Em 2017, foram 15 casos investigados com 02 confirmações. Em 2018, 08 casos negativos foram registrados. Em 2019, foram registrados 08 casos suspeitos da doença: destes, 01 confirmado e 07 negativos.