Senado instala CPI sobre situação de familiares de vítimas do acidente da Chapecoense

Senado instala CPI sobre situação de familiares de vítimas do acidente da Chapecoense

12 de dezembro de 2019 Off Por editor



  • A CPIChape, como está sendo chamada, deve começar a partir de fevereiro e terá 180 dias para investigar o caso.

    O Senado Federal instalou na manhã desta quarta-feira uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação das famílias das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense, que completou três anos em novembro e vitimou 71 pessoas.

    A CPIChape, como está sendo chamada, será composta por 11 membros titulares e 7 suplentes. O presidente da comissão será o senador Jorginho Mello (PL-SC), enquanto a relatoria ficará a cargo do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

    – O objetivo principal é buscar uma reparação financeira justa às vítimas dessa tragédia e aperfeiçoar a legislação de seguros no Brasil – resumiu o senador Izalci.

    Na próxima terça-feira, uma nova reunião deve marcar a aprovação do plano de trabalho da CPI. As atividades, no entanto, devem começar apenas em fevereiro, quando o Congresso volta do recesso de fim de ano. A partir daí, a comissão terá 180 dias para investigar o caso.

    Audiências Públicas no Senado
    A relação entre Congresso e familiares das vítimas do acidente começou em junho, data da primeira audiência pública que debateu o tema na comissão de Relações Exteriores da Casa.

    Desde então, outras três audiências foram realizadas para tratar do assunto – além de uma reunião com o ministro da Justiça Sérgio Moro, que levou o caso ao Ministério das Relações Exteriores.

    Ao Congresso, foram apresentados vários documentos obtidos ao longo dos últimos dois anos, cedidos pelos órgãos estatais de Brasil, Colômbia e Bolívia, e principalmente por Ricardo Albacete, fundador e sócio-proprietário da LaMia (companhia aérea que fez o voo do acidente).

    Estão incluídos aí contratos de seguro da LaMia em 2014, 2015 e 2016, trocas de e-mails entre Loredana Albacete (representante da companhia aérea) e funcionários da corretora Aon; documentos que comprovam como a LaMia voou em outras situações com combustível no limite; mensagens com a reação das resseguradoras após a tragédia; entre outros.

    Agora, com a CPI, a expectativa das famílias é obrigar as partes envolvidas no processo a prestarem esclarecimentos sobre o caso e ter um poder maior de barganha com as seguradoras estrangeiras.

    – A CPI tem um poder maior do que as audiências públicas no sentido de convocar os agentes envolvidos e descobrir quais são os atores e quais os responsáveis de fato por isso. – disse Izalci.

    – Óbvio que todos eles (as seguradoras) têm interesse de operar no Brasil. Então você pode restringir a participação aqui se não cumprirem determinadas ações. Apurar até que ponto o Governo deixou que isso acontece, buscando justamente aperfeiçoar essa legislação. Para que outras seguradoras estrangeiras não venham para cá e depois não cumpram aquilo que deveriam cumprir – completou o senador.

    Com informações Globo Esporte