Mais de 80 venezuelanos chegam a Chapecó para trabalhar em indústria do Oeste de SC

Mais de 80 venezuelanos chegam a Chapecó para trabalhar em indústria do Oeste de SC

14 de fevereiro de 2020 Off Por Editor



  • Refugiados devem trabalhar em empresa de Seara. Aeronave pousou em Chapecó na tarde de ontem quinta-feira (13).

    Um grupo de 88 venezuelanos desembarcaram na tarde de quinta-feira (13) no Aeroporto de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.

    Dos migrantes que chegaram no município nesta quinta-feira, 41 deles vão morar em Seara e 47 em Xanxerê. Destes, 68 já estão aptos para trabalhar em uma indústria frigorífica no Oeste. Eles já passaram pelo processo seletivo da empresa e estão com as documentações e vacinas em dia.

    O grupo viajou seis horas de Boa Vista até Chapecó em um Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira). São famílias inteira que buscam reconstruir a vida em outro país.

    “Nesta ação específica, contamos com a parceria do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados que viabilizou a oportunidade junto à empresa contratante”, explica Thais Braga, gerente especial do projeto AVSI Brasil.

    Todos os custos com as acomodações, bem como o acompanhamento social de três meses serão viabilizados pela AVSI Brasil.

    “Nós entendemos que essa transição merece muita atenção, já que essas pessoas estão saindo dos abrigos de Boa Vista e Pacaraima e não contam com recursos para arcar com aluguel ou outras despesas neste momento”, explica.

    O projeto também contará com o apoio de uma assistente social que fará o acompanhamento junto ao grupo por três meses, visando apoiar a integração dessa população localmente e a comunicação com a empresa e entes locais.

    “Me sinto muito feliz. Minha expectativa é conseguir um trabalho e uma nova vida, um novo progredir”, diz Ana Rondon, de 60 anos.

    Este é o primeiro grupo interiorizado pelo projeto e outras ações semelhantes serão realizadas em outros estados do Brasil no decorrer de dois anos.

    Viagem

    A Venezuela enfrenta uma intensa situação política e econômica, que foi reconhecida pela comunidade internacional como uma crise humanitária. Como resultado dessa crise, milhares de venezuelanos fugiram pela fronteira brasileira em busca de abrigo, gerando pressões sociais e econômicas no estado de Roraima, especialmente nas cidades de Boa Vista e Pacaraima.

    Conforme dados divulgados pela Operação Acolhida, mais de 260 mil venezuelanos já solicitaram regularização migratória no Brasil. Cerca de 500 pessoas cruzam a fronteira para o Brasil todos os dias.

    Thais diz que cerca de 9.600 venezuelanos serão beneficiados diretamente pelo projeto, em dois anos.

    Com informações ND+