Moisés assina manifesto de governadores em defesa da democracia e do congresso

Moisés assina manifesto de governadores em defesa da democracia e do congresso

19 de abril de 2020 Off Por Eduardo Grassi



  • O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL) é um dos 20 governadores que assinam um manifesto conjunto, neste domingo, em defesa da democracia e em apoio aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O documento, com data de sábado (18), foi publicado neste domingo após o presidente Jair Bolsonaro ter se juntado a uma manifestação que pedia intervenção militar e fechamento do Congresso Nacional.

    O Fórum Nacional dos Governadores diz que o manifesto foi motivado pelas declarações de Bolsonaro em relação à postura dos líderes do Congresso Nacional, “afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação”. As medidas econômicas de apoio as estados para enfrentar a pandemia de coronavírus, discutidas pela Câmara dos Deputados e o Senado, têm sido alvo de críticas da equipe do governo ao longo das últimas semanas.

    O texto afirma que Maia e Alcolumbre têm “dedicado especial atenção” às necessidades dos estados e municípios, cientes de que a luta é contra um inimigo comum a todos, o coronavírus.

    O manifesto diz ainda que os governadores têm pautado suas ações na ciência e na experiência dos profissionais de saúde e de países que já enfrentam quadros mais agudos da pandemia. “Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos”.

    Os governadores defendem o diálogo, superação das diferenças e das vaidades. “A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial neste momento de crise”.

    O presidente discursou para o grupo de manifestantes na tarde deste domingo em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Militantes gritavam pedindo o fechamento do Congresso, do STF e a instituição de um novo AI-5.

    – Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção têm que ser patriotas. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder. Mais do que um direito, vocês têm obrigação de lutar pelo país de vocês. Contem com o seu presidente – afirmou Bolsonaro.

    Neste domingo, houve carreatas pelo país pedindo o fim do isolamento social – medida adotada em todo o mundo para conter a pandemia de coronavírus – e com críticas ao Congresso.

    Confira, na íntegra, o documento
    O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando os princípios democráticos que fundamentam nossa nação.

    Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicado especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá mais a dura luta contra o nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo.

    Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas, mais duras da pandemia, buscando, nesse caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.

    Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.

    Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço diálogo democrático e desprovido de vaidades”.
    Nsc