Transporte público é um dos setores mais afetados pela crise do coronavírus
24 de abril de 2020Santa Catarina é o único estado sem transporte urbano.
O segmento das empresas que operam o transporte público é um dos mais afetados pelas consequências econômicas da pandemia do coronavírus. Isso é o que mostram levantamentos feitos nacionalmente e em Santa Catarina e Chapecó não é diferente em vista da restrição imposta pelo poder público.
Levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que no caso dos ônibus urbanos 97,3% das empresas pesquisadas responderam que os impactos da pandemia foram muito negativos e que os efeitos da crise vão durar de quatro a oito meses. Outro estudo, da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), indica as medidas adotadas pelas empresas em função do menor movimento, como a ampliação dos serviços de manutenção, a intensificação da limpeza dos ônibus e a higienização com álcool gel em veículos e terminais. O mesmo levantamento especifica que Santa Catarina é o único estado onde o transporte urbano foi totalmente proibido de circular, determinação que atinge 176 municípios atendidos por sistemas organizados.
Medidas adotadas
Em Chapecó, a concessionária também adotou medidas para enfrentar a situação, já que desde 19 de março não há a circulação dos ônibus, a não ser para os fretamentos contratados por empresas, como as agroindústrias. Por isso, a direção da Auto Viação Chapecó considera ser possível, e em determinados casos necessária, a flexibilização com o devido controle da quantidade de passageiros, já que a maioria dos setores produtivos está em atividade, mesmo que parcial, e precisam transportar os funcionários, como é o caso do comércio. Além disso, enquanto o transporte público não funciona, ocorre a circulação de vans contratadas com superlotação.
Para o diretor João Carlos Scopel Filho, a empresa faz “o possível e o impossível para dar continuidade aos seus serviços, mas a administração pública do Estado não está colaborando”. Ele explica que não há coerência em permitir o funcionamento de determinados setores, de forma controlada, e coibir até 30 de abril o transporte urbano, “que também pode adotar qualquer medida necessária de prevenção ao coronavírus”.