Dia Mundial Sem Tabaco
29 de maio de 2020
Último dia de maio é dedicado a sensibilizar a população sobre o uso do cigarro, apontado como a causa de 8 milhões de mortes, por ano, no mundo.
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. De acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa. Ele também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, por ano, cerca de 8 milhões de pessoas morrem no mundo por conta do uso do tabaco, que está associado ao desenvolvimento de diversas doenças, como pulmonar, cardíaca e câncer. Inevitavelmente, a boca é uma das áreas mais afetadas pelo hábito de fumar.
Conforme o cirurgião-dentista Silvio Gallon, o tabagismo pode auxiliar na diminuição da capacidade de defesa e cicatrização na cavidade bucal. “O tabaco possui uma substância derivada da nicotina, que pode prejudicar o funcionamento da região da boca. Assim, as células de defesa que, por sua vez, têm a responsabilidade de levar o sangue à região infectada por bactérias orais, tem seu trabalho interrompido e, consequentemente, não conseguem alcançar seu objetivo”, explica o especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial.
O uso contínuo da nicotina também contribui para que os dentes fiquem extremamente fragilizados e mais suscetíveis à doenças periodontais. “Isso ocorre quando existe a instalação silenciosa de alguma doença, ao redor da arcada dentária, com pouco sintomas, mas que progride rapidamente e pode levar até a perda do dente”, afirma Dr. Gallon, lembrando que o diagnóstico precoce é essencial para um tratamento adequado, levando à regressão da doença e um prognóstico favorável.
Além de prejudicar profundamente a saúde da boca e outros órgãos, a nicotina causa dependência e está na lista dos responsáveis por óbitos evitáveis. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da sua dependência. Os danos na saúde se estendem também para a economia, já que R$ 56,9 bilhões de reais são perdidos a cada ano devido a despesas médicas e perda de produtividade, e 156.216 mortes anuais poderiam ser evitadas.
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