País terá 15 milhões de doses da vacina de Oxford em janeiro diz ministro

País terá 15 milhões de doses da vacina de Oxford em janeiro diz ministro

2 de dezembro de 2020 Off Por Editor



  • Ministro da Saúde Eduardo Pazuello destacou, em audiência no Congresso Nacional, que primeiro lote terá 15 milhões de doses e, ao longo do ano, serão 260 milhões.

    O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (2) que o Brasil vai receber, entre janeiro e fevereiro, 15 milhões de doses da vacina contra a covid-19 do laboratório AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

    Em audiência no Congresso Nacional, Pazuello destacou que o contrato prevê, com a AztraZeneca, o escalonamento da produção que disponibilizará 100 milhões de doses ao país e transferência tecnológica. Isso permitirá ao Brasil produzir no segundo semestre de 2021 mais 110 milhões a 160 milhões de doses. O valor do contrato é de R$ 1,9 bilhão.

    “Entre janeiro e fevereiro, já começam a chegar 15 milhões de doses da Aztrazenica Oxford com a Fiocruz”, disse Pazuello. “No primeiro semestre, chegaremos a 100 milhões. No segundo semestre, já com a tecnologia transferida, podemos produzir com a Fiocruz até 160 milhões de doses a mais. Só aí, são 260 milhões de doses”, explicou.

    Mais 42 milhões de doses

    O ministro destacou a participação do Brasil no consórcio Covax Facility, no valor de R$ 2,5 bilhões, que reúne dez laboratórios e que pode garantir ao país mais 42 milhões de doses, totalizando mais de 300 milhões de doses de vacinas já acordadas e comercializadas.

    Pazuello destacou que poucos laboratórios internacionais têm condições de atender a alta demanda do Brasil.

    “São muito poucas as fabricantes que têm a quantidade de cronograma de entrega efetivo para o nosso país. “Os números são pífios”, disse Pazuello. “A maioria fica com número muito pequeno para o nosso país.”

    O ministro ressaltou que o governo só vai aplicar vacinas que forem aprovadas pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).

    Início da pandemia

    Segundo Pazuello, à medida em que forem encontradas soluções melhores, mais eficazes comprovadamente para salvar mais vidas com mais eficiência no tratamento, a pasta não tem medo de mudar.

    “Aprendemos com os erros do início da pandemia, quando foram fechadas as UBSs [Unidades Básicas de Saúde], deixando de atender a população desde o início dos sintomas. Em vez de fazer a triagem correta, havia o medo de contaminação. O que é preciso é triar pessoas com sintomas para um lado, pessoas com outras doenças para outro lado, com os médicos e as equipes médicas paramentadas, tomando seus cuidados. Deixamos, com isso, de atender a população desde o início”, disse.

    Na avaliação do ministro, o acompanhamento precoce, o diagnóstico clínico do médico, mudou muito o resultado final do tratamento. “E isso não é demérito de A e mérito de B. É aprendizado do sistema, é aprendizado dos nossos médicos e dos nossos gestores, que estão vendo”, advertiu.

    Pazuello considerou o lockdown em várias cidades como um erro. Para o ministro, a medida foi implementada sem planejamento, sem conhecimento real da pandemia, somente com base no medo. “Isso também não pode ser condenado. As pessoas não tinham o conhecimento de tudo, os gestores não tinham o conhecimento de tudo. Nós vemos que hoje se toma muito mais cuidado em se fazer um lockdown, em se fazer um afastamento social mais agressivo. É o conhecimento”, disse.

    Validade de testes

    Questionado sobre os testes RT-qPCR para o diagnóstico da doença, estocados no Aeroporto de Guarulhos, com validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021, o ministro esclareceu que a validade de itens que compõem esses kits vão além desse prazo e podem chegar ao final de 2023.

    “Sobre a caixa do kit, quando chegou, à época foi feito um registro inicial com a Anvisa e a empresa, dando uma validade pequena de oito meses, emergencial, para iniciar o uso. Essa validade inicial seria e será renovada, porque todos os componentes dos testes, como foi apresentado na Comissão Externa da Câmara, têm a validade muito mais estendida. Nós sempre soubemos disso. Isso não é uma novidade”, explicou Pazuello, acrescentando que o processo de revalidação já começou há muito tempo e que as discussões com a empresa e com a Anvisa são anteriores, não são de agora.

    O Ministério da Saúde nega que sejam 6,68 milhões de testes estocados como divulgado pela imprensa. Segundo a pasta, 2,8 milhões de testes terão o período de validade estendido.

    (Foto) Vacina de Oxford: considerada pela OMS a mais adiantada no mundo em termos de desenvolvimento, a vacina desenvolvida em parceria pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca também passa por testes no Reino Unido, Estados Unidos e África do Sul. No Brasil, são 5 mil voluntários. O imunizante tem se mostrado seguro e gerou uma resposta imune forte até mesmo em idosos. segundo o jornal Financial Times. A previsão é que ele seja disponibilizado no SUS (Sistema Único de Saúde) em março de 2021. Inicialmente, serão fornecidas 30 milhões de doses, e grupos mais vulneráveis, como idosos e profissionais de saúde, devem ser priorizados, de acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que fará a produção no país. A vacina é baseada na tecnologia de vetor viral não replicante, no caso, um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés e foi geneticamente modificado com partes do novo acoplaram ao adenovírus partes do coronavírus, a fim de ativar o sistema de defesa do organismo.

    Com informações R7