Mordida: Carinho ou afeto, como enfrentar?
11 de maio de 2016Muitas vezes o ato da fala é precedido pelo ato de morder. Sim isto mesmo, todos os anos é assim, começa o ano letivo e juntamente as ocorrências de mordidas, motivadas em sua grande maioria pela disputa de brinquedos, além de questões afetivas. Conforme relatos, os episódios acontecem, os professores atendem a vítima e, em seguida conversam com o aluno que mordeu. O curioso é que o agredido não entende o motivo da mordida, e o autor não percebe como uma violência. A grande questão é como explicar aos familiares da criança vítima da mordida. Mesmo parecendo uma situação de rotina para os professores dos pequenos, este pode ser considerado um dos maiores desafios da educação infantil.
Com a finalidade de trabalhar estratégias de enfrentamento destas ocorrências em algumas instituições de ensino da rede municipal, a Secretaria de Educação de Chapecó, por meio do Projeto Consciência Comunitária Escolar (CCE), promoveu na segunda-feira (09), uma reunião de trabalho envolvendo a comunidade escolar do Centro de Educação Infantil Municipal Pequeno Príncipe. Conforme a Coordenadora de Articulação Preventiva Educacional, Roselei Pedroso, que ministrou a palestra ‘Mordida em quem dói mais?’, a atividade teve como principal objetivo promover uma reflexão na comunidade escolar em torno desta problemática.
Ela reforça que o objetivo desta conversa foi aproximar professores, gestores, estagiários, familiares em parceria promovendo ações para saber administrar os conflitos gerados pelas mordidas.
“Sabemos que a mordida vai acontecer, porém queremos que a comunidade escolar trabalhe com esta questão entendendo que a mesma é natural, mas não normal. Quando a criança morde busca aliviar stress, irritação, conquistar um objeto, um brinquedo rapidamente, mas não agredir seu coleguinha” conclui.
O que dizem os pais
“Eu acho que é bem válida esta iniciativa, até pela reação, pois muita gente fica bastante incomodada quando seu filho é vitima de mordida na escola, porém temos de ter a consciência que são bebês e a criança não sabe o que esta fazendo, mas é uma situação que tem de ser assistida é necessário conversar com pais para eles acompanharem o que esta acontecendo” avalia Edilaine Lemes da Silva, mãe de um menino de um ano e seis meses, aluno do Ceim. “Quando percebi que meu filho havia sido mordido na hora fiquei triste senti vontade de chorar, mas penso assim, não tem o que fazer até pelo fato de ser uma criança pequena você vai brigar com os pais, eu acho que a questão é trabalhar com a criança” finaliza.
Conforme Juliana Sperotto, mãe de duas meninas, uma de três anos e outra com dez meses, ambas alunas do Ceim, sendo que a menor foi mordida, existe um entendimento da situação, o fato de serem crianças. “São bebês, é muito importante esta iniciativa da Secretaria de Educação, porque as vezes ações desenvolvidas em casa uma, duas ou mais vezes podem evitar este tipo de ocorrência, além de mais uma vez nos mostrar o engajamento da escola em prol das criança” avalia.