Cigarrinha-do-milho e estiagem impactam na safra do grão e na produção leiteira de SC
8 de abril de 2021Problemas na safra do milho deste ano em Santa Catarina podem aumentar custos na produção de leite. Quantidade de milho para silagem já teve queda de 25% em relação à safra passada.
As quebras consecutivas na safra de milho em função do clima e também por causa da cigarrinha-do-milho, praga que está assolando o cultivo do grão, podem provocar prejuízos na cadeia leiteira de Santa Catarina. A produção de milho para silagem já teve queda de 25% em relação à safra passada.
A expectativa inicial de produção de milho para o estado era de 2,9 milhões de toneladas. No entanto, diante do novo cenário, a estimativa atual é de cerca de 2 milhões de toneladas.
“Faz falta na produção, no consumo, na estimativa de consumo que nós temos do alimento, já que temos um consumo de 7,3 milhões de toneladas normalmente. Teremos que importar cinco ou até acima de 5 milhões de toneladas nesse ano para suprir a necessidade da agroindústria principalmente, produção de rações”, disse o analista da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias.
A estiagem que atingiu principalmente as cidades do Oeste catarinense, em setembro e outubro do ano passado, e mais a ação da cigarrinha-do-milho trazem estragos na cultura, tanto para silagem, como para grãos.
Impactos na produção leiteira
O problema da safra acaba impactando na cadeia produtiva do leite, pois o milho é um dos principais componentes na alimentação dos animais. O problema deve ser percebido no início do inverno, segundo a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (Fetraf-SC).
De acordo com o secretário estadual da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Altair Silva, uma central de monitoramento da praga foi criada e também orientação técnica.
“Rotações de cultura e, principalmente, não permitir que seja rebrotado o broto do milho, que é o principal fator que favorece a procriação da cigarrinha”, explica.
Os impactos da crise
Entre as consequências está a falta de insumos para os animais no inverno. Com isso, os agricultores precisam comprar de fora, o que aumenta o custo da produção.
O presidente do Conseleite, José Araújo, disse que os dois últimos plantios de milho ficaram longe da expectativa para a produção da silagem e que foi preciso comprar milho de outros produtores.
“Comprei cerca de 30 hectares de milho, além do que eu tenho para poder me sustentar e ter condição de tratar meus animais até vir uma nova safra, que espero que seja melhor”, disse.
Com informações G1 SC