Tribunal de Justiça mantém condenação de grupo que assassinou advogado no Oeste de SC

Tribunal de Justiça mantém condenação de grupo que assassinou advogado no Oeste de SC

12 de maio de 2021 Off Por Editor



  • O Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em apelação criminal julgada pela 4ª Câmara Criminal, manteve a condenação dos quatro homens envolvidos no assassinato de um advogado na cidade de Guaraciaba, região extremo-oeste do Estado, com pequenos ajustes na dosimetria da pena. O valor indenizatório estipulado ao filho e à esposa da vítima foi confirmado por aquele órgão julgador. O crime teve relação com as atividades profissionais desenvolvidas pela vítima.

    O homem que efetuou o disparo de arma de fogo que vitimou o advogado em 13 de agosto de 2018 teve afastada a agravante da embriaguez. A câmara reconheceu “a ausência de debate em plenário no tocante à agravante da embriaguez preordenada aplicada ao delito de homicídio qualificado”. Mesmo assim, a pena ficou estabelecida em 30 anos de reclusão, o máximo permitido em lei.

    Já o pedido de revisão do Ministério Público foi acolhido. O responsável pela organização do crime e pagamento dos outros três envolvidos teve a pena aumentada em 23 anos por acumular cinco condenações anteriores. A pena totalizou 47 anos mas, em cumprimento à legislação, terminou fixada em 30 anos de prisão.

    Danos morais

    Em primeira instância, ficou definido o valor de R$ 200 mil a ser pago pelo acusado de organizar e financiar o crime e pelo atirador. Outros R$ 50 mil também deverão ser suportados pelos outros dois participantes do atentado. O montante é referente à indenização por danos morais ao filho e à esposa da vítima. O desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli, relator da matéria, manteve os valores arbitrados na sentença.

    “Observa-se que o valor fixado encontra-se próximo ao que vem decidindo este Tribunal nas hipóteses em que há morte da vítima […] valores que observam o caráter punitivo e pedagógico da medida”, considerou o desembargador.

    O crime

    De acordo com a denúncia, no dia 13 de agosto de 2018, dois acusados saíram de carro de Chapecó para Guaraciaba. Um terceiro foi de motocicleta cuja placa era clonada e o número do motor adulterado. Nas proximidades do trevo de Guaraciaba, o executor embarcou na moto e os dois foram até o escritório da vítima. Sem retirar o capacete, o atirador anunciou um ‘assalto’ para as funcionárias do escritório e pediu para levá-lo ao “doutor”. Quando o advogado se abaixou atrás da mesa de trabalho, em menção de pegar o dinheiro, o acusado atirou em sua cabeça.

    Sem levar nada, os acusados fugiram de motocicleta para abandoná-la no interior do município de Guaraciaba. Depois, voltaram de carro para Chapecó. O contratante pagou pelo crime R$ 7.500,00 em dinheiro, além de uma arma de fogo. O júri aconteceu no dia 3 de julho de 2019. Somadas as penas dos cinco envolvidos, o montante chega a 138 anos de prisão. A sessão de julgamento durou três dias. Devido a repercussão do caso, o júri foi realizado na Câmara de Vereadores. Duas outras pessoas apontadas como autores intelectuais do crime ainda aguardam definição da justiça sobre a data de seus julgamentos.