Números de MEIs cresceram significativamente durante a pandemia
15 de outubro de 2021O setor responde por 56,7% do total de negócios em funcionamento no país.
Pâmela Bonamigo, moradora de Chapecó, decidiu abrir um negócio próprio após precisar se desligar do emprego para cuidar do filho durante a pandemia. Como uma alternativa financeira, Pâmela começou a produzir biscuit em casa. Agora com seu negócio crescendo cada vez mais, a estudante de pedagogia encontrou no MEI a melhor solução para formalizá-lo.
Pâmela faz parte do universo de aproximadamente um milhão de novos microempreendedores individuais (MEIs) que o país ganhou desde o início da pandemia. Segundo uma pesquisa divulgada no mês de março, o número de Microempreendedores Individuais (MEI) cresceu no país ao longo de 2020. Do total de 3.359.750 empresas abertas no período, 2.663.309 eram MEIs, representando um crescimento de 8,4% em relação ao ano de 2019. Os dados são do Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, referente ao terceiro quadrimestre do ano passado. Ainda, os dados mostram que os MEIs ativos respondem por 56,7% do total de negócios em funcionamento no país.
A pandemia é um dos motivos desse aumento significativo de registros, tendo em vista que diante da dificuldade de recolocação no mercado de trabalho, muitas pessoas encontraram no empreendedorismo uma fonte de renda. Desta forma, o MEI foi o portão de entrada para esse universo. O autor do MEI, Claudio Vignatti, explica que “o MEI surgiu como um modelo muito mais simples de empresa para atender milhões de trabalhadores autônomos que, até então, viviam na informalidade. Ele se tornou uma grande oportunidade de início de trabalho para muita gente”, afirma.
Vignatti ainda destaca que a partir do processo de simplificação tributária, o micro pequeno empresário começou a compreender a questão tributária com uma facilidade muito maior. Para ele, essa simplificação de certa forma, diminuiu custos relevantes na despesa contábil.
Segundo Vignatti, outro ponto importante para se destacar é que o MEI tem servido também como base para a economia criativa, que reúne empresas de atuação nas áreas de conhecimento e de base cultural e utilizam da capacidade humana e criatividade para gerar riquezas. E também é um dos pontos debatidos no movimento do Partido Socialista Brasileiro “Potência Criativa”, que busca reestruturar pilares de Santa Catarina de forma inovadora.
O microempreendedor individual pode faturar até R$ 81 mil por ano e paga uma contribuição mensal que, atualmente, gira em torno de R$ 56,00 a R$ 61,00 de acordo com a atividade. A Lei Complementar nº 128, que alterou a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas para criar a figura jurídica e empresarial do MEI, completou 12 anos de fundação neste ano.