O novo prolongamento da Getúlio Vargas: mais um capítulo na história de Chapecó

Chapecó foi projetada para ser uma cidade moderna, com avenidas largas e aspectos que traduzem a preocupação com o crescimento urbano. Em um eixo estratégico foi aberta a rua de 40 metros de largura para ser a avenida central de Chapecó. Ela passou a se chamar oficialmente Avenida Presidente Getúlio Vargas em 1938, por meio de Decreto Municipal – uma homenagem ao ex-Presidente da República, Getúlio Dornelles Vargas. A via corta a cidade ao meio e concentra quatro dos principais pontos turísticos: a Praça Coronel Ernesto Bertaso, o Monumento Desbravador, a Catedral Santo Antônio e o Museu de História e Arte, o único prédio tombado da cidade, onde funcionou a primeira Prefeitura. 

 

Em sua essência, a Getúlio Vargas revela grandes acontecimentos dos quase 100 anos da Capital do Oeste. De chão batido, recebeu a infraestrutura asfáltica nos mandatos dos ex-prefeitos Altair Wagner, Milton Sander e Ledônio Migliorini. Agora, em 2016, na Administração de Luciano Buligon, a história da Getúlio ganha mais um capítulo.  Nesta sexta-feira (10-06) será entregue oficialmente o novo prolongamento da Av. Getúlio Vargas, totalmente recuperado, entre as ruas Xanxere e Sicilia.

 

Em 2,4 kms da avenida, no sentido Norte-Sul, o recape da malha viária contemplou remendos superficiais e profundos, fresagem, ajustes de meio-fio, revisão da drenagem pluvial, base e capa definitiva do asfalto, sinalização vertical e horizontal e implantação de dispositivos de acessibilidade. “Nosso objetivo é melhorar a vida das pessoas, fazer com que passem menos tempo no trânsito e mais com suas famílias. Com o Plano de Mobilidade Urbana identificamos tecnicamento os nossos problemas e agora estamos tirando as propostas do papel e percebendo o benefício das soluções esperadas pela população”, complementou o Prefeito, Luciano Buligon. 

 

Os comerciantes comemoram a recuperação do asfalto. O empresário Márcio Stakonski, proprietário de um posto de combustíveis que funciona há 19 anos na Getúlio, acompanhou parte da transformação da avenida. A família comprou o terreno quando a rua ainda era uma estrada de chão. Ele comentou que a principal avenida de Chapecó precisava dessa valorização. “Depois da obra do acesso à 282, que ficou belíssima, a Getúlio não poderia decepcionar quem chega a Chapecó.  Aqui na frente era cheio de buracos. Agora, com o asfalto novo  já percebemos que o fluxo melhorou muito, o movimento no posto também. Os comerciantes estão contentes e se sentindo mais valorizados”.

 

O asfalto aparece em 1977

 

O asfalto sempre foi uma das principais obras de infraestrutura para melhorar a vida das pessoas. Na década de 70, uma das prioridades dos governos estaduais era reduzir distâncias, integrar as regiões e aproximar o interior da capital do Estado. Abrir e pavimentar estradas era uma obsessão de quase todos os governantes. O engenheiro civil Altair Wagner governou Chapecó entre 1973 e 1977 e construiu obras como esgoto e galerias pluviais no centro da cidade. Mas foi no último ano do seu mandato que surgiu a obra mais impactante do seu governo.

 

Caminhões e máquinas num ritmo frenético despejavam asfalto pela primeira vez em Chapecó, cobrindo de preto a Avenida Getúlio Vargas, entre as ruas Marechal Deodoro e Benjamin Constant. “Nunca vou esquecer daquele dia, eu tenho muitas fotos . Quando o primeiro caminhão descarregou o asfalto foi uma festa. Chamou a atenção de todos. Foi um dia muito feliz para Chapecó”, lembrou Altair Wagner, que deixou a sua marca como Prefeito. Altair Wagner se formou engenheiro civil pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná em 1956. Foi engenheiro do DER de Florianópolis, de Chapecó e Engenheiro da Secretaria dos Negócios do Oeste. 

 

Mas foi na gestão seguinte, do advogado e ex-prefeito Milton Sander (1977-1983) que o asfalto chegou de forma efetiva a boa parte do centro da cidade e outros bairros. Sander desenvolveu um projeto de pavimentação rápida e eficiente. “Levamos asfalto a 18 bairros da cidade e três acessos rurais. Foi um dos maiores programas de pavimentação asfáltica para um município de porte médio do Brasil”, destacou Sander. 

 

Para Milton Sander, a Getúlio Vargas “é uma das avenidas mais belas e famosas de Santa Catarina”. Ele contou que em seu primeiro mandato em Chapecó pavimentou dois trechos da Getúlio: da rótula da Catedral até o alto da Avenida, próximo à sede da Prefeitura; e da rua Benjamin Constant até as proximidades do prolongamento, acima do Ecoparque. “A Getúlio é um ponto turístico, concentra um comércio forte, largura e extensão expressivas e grande movimentação. As pessoas precisam circular com conforto, segurança e agilidade. Por isso, essa obra de recapeamento é um avanço, um grande investimento. É um presente para Chapecó”, declarou o ex-prefeito. 

 

No mandato seguinte (1983-1989), Ledônio Migliorini concluiu a pavimentação da Getúlio em todo o seu prolongamento, trecho que agora recebeu o novo asfalto. Junto à obra de pavimentação, Migliorini executou o projeto de Iluminação Pública e as galerias pluviais. “Deixei o meu legado como prefeito e fiz muito asfalto em Chapecó. Além de todo o prolongamento da Getúlio, destaco a Avenida São Pedro e as vias do Parque da Efapi”, complementou o ex-prefeito. 

 

A Getúlio vai ficar mais longa 

 

Muito em breve a Getúlio Vargas vai ganhar mais 700 metros de comprimento nas proximidades do Shopping, ampliando em mais de 10% sua extensão de 6,35 kms, conforme banco de dados da Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Chapecó (SEDUR). Numa área de 500 mil metros quadrados de propriedade do seu Severino Tozzo, o empresário João Roman Neto idealizou o “loteamento Avenida”. 

 

O projeto de expansão foi aprovado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial. O Loteamento Avenida possuiu 31 quadras com 446 lotes para moradias, quatro lotes para áreas verdes e outros quatros para áreas institucionais. O empreendimento terá ciclovia, implantação dos dispositivos de acessibilidade e toda a infraestrutura necessária em conformidade com o novo Plano Diretor de Chapecó. 

 

Hoje a Getúlio termina próximo ao Shopping, com conversão à esquerda para a rua Xanxerê. O empreendimento também irá contribuir com a mobilidade urbana de Chapecó, pois cria dois eixos de conexão indiretos para o acesso Plínio Arlindo De Nes, pela rua Humaitá. “A nossa intenção é deixar um legado para o desenvolvimento urbano de Chapecó e para o bem comum”, complementou João Roman Neto. 

 

Às vésperas de entregar uma das mais importantes obras realizadas na Avenida Getúlio Vargas, a recomposição do pavimento, o Prefeito Luciano Buligon enfatiza que praticamente toda a história de Chapecó passou pela Avenida Central, palco de importantes comemorações, desfiles, homenagens e protestos.  “A cidade pulsa intensamente na sua principal veia, onde boa parte das histórias acontece. Grandes acontecimentos, simples encontros. Tudo passa pela Getúlio Vargas, agora devidamente recuperada e sinalizada” comemora Buligon. 

 

O Prefeito informa ainda que nesta primeira fase, as obras de recape se estendem por 30 quilômetros, em 11 ruas e cinco avenidas. A primeira e a segunda etapas do programa somam investimentos de 40 milhões de reais, 20 milhões do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio do Fundo Social, e outros 20 milhões sinalizados pelo BADESC – Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina.