Opinião: servidores de carreira não são valorizados na Câmara Municipal de Chapecó
12 de abril de 2022
A Câmara perdeu vários funcionários de carreira nos últimos tempos, isso se deu pelo fato da desvalorização dos funcionários. O serviço público, assim como o privado, para se ter qualidade é preciso valorizar os funcionários e ter mão de obra suficiente para o desenvolvimento do mesmo. Nossa Câmara trabalha e produz muito, porém hoje, conta com 24 funcionários a menos do que seria preciso, sobrecarregando os funcionários e sem a valorização necessária, o que fez com que muitos migrassem para o setor privado em busca daquilo que ali não encontraram: valorização. Essa valorização não deve ser realizada por penduricalhos que podem ser tirados a qualquer momento e não agregam no final da carreira, o que precisamos é reajuste real no salário de todos, inclusive dos próprios vereadores. O Legislativo tem orçamento para isso, mas perecem ter medo de fazer o que precisa ser feito.
ASSESSORES
O estopim que incendiou este debate, pelo que pude entender, foi o fato de os vereadores terem acordado uma portaria equiparando o salário entre os que possuem ensino superior e os que não possuem, o que também acho justo, já que o serviço desempenhado é o mesmo. Vale lembrar que estes profissionais, não compõem o quadro de servidores de carreira da casa, são cargos de confiança dos próprios vereadores e desempenham um trabalho unicamente político, assessorando o mandato. Se não há distinção no salário dos vereadores que possuem e que não possuem ensino superior, por que os seus assessores têm essa disparidade? Inclusive, já vimos aqui mesmo em Chapecó, vereadores sem um diploma realizando um excelente trabalho a comunidade, mais presente muitas vezes, aos anseios da população dos que os diplomados.
DISPUTA
A economia é fundamental quando se trata de dinheiro público, mas isso não pode ser levado ao extremo, atingindo aqueles que tanto trabalham para o bom atendimento e serviço à população. O que parece é que se tornou um caso de disputa. Um quer mostrar que economizou mais que o outro, como se isso fosse a principal função do Poder Legislativo. De nada adianta devolver todos os anos milhões aos cofres do executivo, enquanto se perde funcionários e sobrecarrega alguns setores pela falta de profissionais. Reforço que as gratificações são temporárias e não beneficiam todos os servidores, enquanto a equiparação salarial real, beneficia a todos. Aplaudir esses arranjos vistos como melhoria no salário é se submeter a viver no “cabresto”. Valorização salarial e contratação de mais profissionais não é despesa, mas sim, investimento na melhoria do serviço público entregue a população.
JUSTIÇA
Na última semana, gerou um forte debate na Câmara Municipal, inclusive com acusações entre alguns vereadores, as portarias concedendo gratificações no salário de alguns servidores da casa, porém, não entrarei nesta seara. Comentei a uma semana, o fato envolvendo a Procuradora do Legislativo e, fiz uma pesquisa no portal da transparência onde, pude constatar que a mesma, recebe cerca de 40% a menos que os procuradores do executivo municipal. Quanto a questão de não fazer parte de suas atribuições representar em juízo a Câmara, continuo com a opinião de que deveria constar, porém, não é culpa da servidora, e sim, de quem estabeleceu suas atribuições. Essa forma de buscar equiparar salário, com gratificações, não é ilegal, mas, não é uma forma saudável, já que, resolve momentaneamente o problema, não agregando “lá na frente”, quando o servidor se aposentar, por exemplo.
Com informações Luciano Sorriso – Folha de Chapecó
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