Deve durar dois dias júri de casal acusado de tentativa de homicídio no Centro de Chapecó

Deve durar dois dias júri de casal acusado de tentativa de homicídio no Centro de Chapecó

10 de maio de 2022 Off Por Editor



  • Com atraso de pouco mais de uma hora, teve início na manhã desta terça-feira (10/5) o primeiro dia de julgamento de uma cartomante e o marido, acusados de participação em tentativa de homicídio qualificada pelo crime ter sido cometido mediante paga ou promessa de recompensa e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. A ré ainda responde por ter constrangido uma mulher a efetuar pagamento de quantia econômica, mediante grave ameaça de morte contra ela e o neto.

    Depois do sorteio dos sete jurados – três mulheres e quatro homens -, começou a oitiva presencial das testemunhas de defesa. Onze pessoas foram arroladas, das quais nove compareceram, dentre elas a vítima. Mesmo estando no fórum, todos foram ouvidos por sistema de videoconferência, em sala separada. A previsão é de que o intervalo de almoço seja realizado das 12h às 13h30. Após ouvir as testemunhas, terá início o interrogatório dos réus e, na sequência, as apresentações de acusação e defesa.

    O julgamento acontece no Salão do Tribunal do Júri, do fórum da comarca de Chapecó. O representante do Ministério Público, Moacir José Dall Magro, atuará na acusação. A defesa está a cargo do advogado Claudio Dalledone Junior que conduz uma equipe de cinco pessoas. A sessão está sob presidência do juiz André Milani, da 2ª Vara Criminal.

    Este é o segundo júri relativo ao caso. O autor dos disparos foi julgado em 25 de novembro do ano passado. Ele foi condenado a 15 anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por tentativa de homicídio qualificado por crime cometido mediante paga ou promessa de recompensa e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A sentença também inclui as penalidades por porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada e uso de documento falso (Autos número 0005753-74.2019.8.24.0018).

    A acusada de encomendar o crime aguarda julgamento de recurso para, posteriormente, ser submetida ao tribunal do júri. De acordo com a denúncia, essa mulher procurou a cartomante em busca de reconciliação com o ex-marido, que se encontrava em novo relacionamento. Como o feitiço – que custou cerca de R$ 300 mil – não deu certo, a cartomante propôs o homicídio da atual companheira do homem.

    Um atirador foi contratado, pelo marido da cartomante, para executar o crime e recebeu a orientação de simular um latrocínio (roubo seguido de morte). Dos R$ 35 mil prometidos, R$ 15 mil foram pagos antecipadamente.

    Na tarde de 3 de junho de 2019, três disparos atingiram a cabeça da vítima, que foi socorrida a tempo de se recuperar. O autor dos disparos, de nacionalidade paraguaia, fugiu em uma motocicleta e foi preso minutos depois. Ainda segundo a denúncia apresentada, a cartomante, então, exigiu mais dinheiro da mulher, a fim de sair da cidade com o marido. Sob ameaça de morte contra ela e o neto, a mulher entregou cheques no total de R$ 800 mil, dos quais R$ 90 mil foram compensados (Autos número 5027944-57.2021.8.24.0018).

    Com informações Elizandra Vieira – TJSC