Polícia Civil prende autor por crime de “sextorsão” em Chapecó
24 de outubro de 2022A DIC de Chapecó instaurou inquérito policial para apurar, inicialmente, crime de extorsão. Durante a investigação, foram identificados membros do grupo criminoso e outras vítimas.
Inicialmente, segundo a Polícia Civil, o inquérito visou apurar uma extorsão que vitimou um homem de 36 anos morador de Chapecó. Ele manteve conversas com uma suposta “jovem” nas redes sociais, em dezembro de 2020. Após alguns dias, outra pessoa manteve contato com a vítima dizendo-se “delegado de polícia”, acusando a vítima de ter mantido conversas íntimas com uma adolescente e exigindo, por isso, o pagamento em dinheiro para que o homem vítima não fosse investigado por “pedofilia”. A vítima não cedeu às exigências e bloqueou todos os contatos, não sendo mais importunada. A investigação promovida pela DIC identificou os reais autores das mensagens. A suposta “jovem”, na verdade, tratava-se de uma mulher de 20 anos, moradora de Chapecó, enquanto que o suposto “delegado de polícia” se tratava de um homem de 36 anos, que estava preso no Estado do Rio Grande do Sul.
A evolução da investigação demonstrou que este homem de 36 anos, já condenado por outros delitos, vinha praticando seguidos crimes de extorsão com o auxílio da referida mulher, que também é sua sobrinha, e com outros condenados que coabitavam a mesma cela dele. Mesmo realizando buscas nas celas do estabelecimento penitenciário, foi possível identificar apenas um outro preso envolvido, de 38 anos. Apurou-se que os presos cometiam, do interior da penitenciária, diversos golpes criminosos semelhantes, sendo que dividiam as funções, ora fingindo-se “delegado de polícia”, ora “genitor da jovem adolescente”, ora “advogado da família”, tudo de forma dissimulada. A investigação também identificou vítimas de outras cidades dos Estados de Santa Catarina, Amazonas, Bahia e São Paulo, cujas Polícias Civis serão informadas para que apurem cada um desses crimes.
Além dos diversos crimes de extorsão e associação criminosa que o homem de 36 anos responderá com os dois outros indivíduos, a ele ainda foi atribuída a prática do crime de tentativa de corrupção de menor, tendo em vista que convidou uma outra sobrinha sua, de apenas 16 anos, para participar dos golpes, o que não foi aceito por ela.
A cada delito de extorsão, os investigados poderão ser condenados a penas que variam de 4 a 10 anos, além de multa. Já para a associação criminosa, a pena pode variar de 1 a 3 anos. Por fim, o crime de corrupção de menor tentado prevê pena que varia entre 4 meses e 2 anos.
O inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, para prosseguimento da persecução penal com representação pela prisão preventiva do mentor dos crimes. A representação teve parecer favorável pelo Ministério Público e foi deferida pelo Poder Judiciário de Chapecó.
Nesta manhã (24) o homem foi preso com apoio de agentes da DEIC do RS no Município de Novo Hamburgo.
O Delegado de Polícia Eder Matte destaca o aumento de vítimas na região deste tipo de crime, inclusive com vítimas mulheres, o que não era muito comum até pouco tempo. O prejuízo sofrido pelas vítimas é de alto valor financeiro além do abalo psicológico. Nos últimos dias foram atendidas vítimas com prejuízos que chegam a R$ 70.000,00. Alerta, ainda, que não deve ser feito nenhum tipo de depósito, transferências aos criminosos. Qualquer dúvida procure a Delegacia de Polícia mais próxima.