Vídeos: Polícia Civil deflagra operação e prende duas pessoas e apreende arsenal de armas no oeste
10 de novembro de 2022A Delegacia de Polícia da Comarca de Modelo, deflagrou operação policial na manhã de hoje, dia 10 de novembro de 2022, com o objetivo de cumprir dois mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão nos municípios de Bom Jesus do Oeste e Serra Alta.
Durante as buscas, além dos dois homens presos, em Serra Alta/SC, foram apreendidas 11 (onze) armas de fogo, dentre as quais 3 (três) revólveres (dois .357 Magnum e um calibre .454 Casull), 3 (três) pistolas (uma 9 mm Luger modificada e com equipamento de mira holográfica, uma Glock calibre 10 mm e uma calibre .45 ACP, 1 (uma) carabina/fuzil 5.56 NATO, 1 (um) fuzil de precisão calibre .308 Winchester com luneta de longo alcance, 2 (duas) espingardas calibre 12 Gauge, 1 (uma) carabina 22 LR, bem como acessórios como lunetas, mira holográfica, carregadores, centenas de munições, vários quilos de insumos, apetrechos, supressor de ruídos e máquinas de recarga.
A busca em Serra Alta/SC ainda revelou a existência de R$ 125.000,00 (cento e vinte e cinco) mil reais em dinheiro em espécie de origem não esclarecida, possivelmente relacionada aos crimes sob investigação.
Realizada pela unidade da Polícia Civil de Bom Jesus do Oeste/SC, a investigação revelou um esquema de fabricação de armas de fogo e comércio irregular de munições recarregadas, parte das quais estavam sendo utilizadas em atividades de caça de animais silvestres na região.
Segundo apurado, uma tornearia mecânica localizada em Bom Jesus do Oeste/SC estava sendo empregada como local de fabricação e montagem de armas de fogo artesanais. Neste local, no mês de fevereiro, a Polícia Civil já havia realizado busca e apreensão e encontrado diversos apetrechos, acessórios de armas de fogo, partes de armas de fogo e até mesmo uma espingarda calibre 12 Gauge “artesanal” já quase completamente montada. Na data de hoje, o torneiro mecânico investigado foi preso preventivamente.
A investigação demonstrou que o segundo indivíduo, que é CAC (caçador, atirador e colecionador) com registro no SIGMA (operado pelo Exército Brasileiro), agia como uma espécie de mentor da associação, valendo-se de seu grande conhecimento sobre armas de fogo e facilidade na aquisição de peças, apetrechos e insumos para a fabricação, montagem e recarga de munições em desacordo com autorização legal. Apesar da condição de CAC, não é permitida a recarga para comercialização pelos atiradores fora de clubes, conduta que pode configurar crime de comércio ilegal de munições.
Outrossim, o trabalho policial também conseguiu demonstrar que o investigado CAC cedeu por diversas vezes as armas de fogo de seu acervo para pessoas que não possuem autorização legal para possuir ou portar armas de fogo, inclusive para uma criança de apenas 7 (sete) anos de idade, que foi identificada na posse de uma espingarda calibre 12 Gauge pertencente ao investigado preso.
Não bastasse, também ficou comprovado que esse investigado estava se valendo de sua condição de CAC para portar livremente armas de fogo em via pública e recintos particulares, incorrendo na prática do crime de porte ilegal de arma de fogo. Neste ponto, cabe lembrar que os CACs podem portar uma única arma de fogo de porte municiada exclusivamente durante trajetos entre sua residência e clubes de tiro ou locais de caça. Entretanto, tem se verificado que algumas pessoas têm se valido desse pretexto para carregar armas de fogo consigo em tempo integral, o que não é permitido pela norma.
Além dos crimes acima referidos, ainda está sendo apurada no inquérito policial a possível prática dos crimes de usura, extorsão, participação em peculato desvio, bem como a identificação de outras pessoas a quem um dos investigados presos cedeu armas de fogo.
Informações ainda sob investigação dão conta do possível envolvimento dos investigados nos atos antidemocráticos e participação no bloqueio ilegal de rodovias na região oeste.
Cabe lembrar que o presente caso começou a ser investigado em virtude da suspeita de que um dos investigados estivesse matando animais (cachorros) pertencentes a vizinhos com disparos de armas de fogo e de pressão, crime pelo qual, inclusive, já havia sido indiciado em inquérito policial anterior. Desde então, o trabalho policial evoluiu exponencialmente.
A ação contou com o apoio de policiais civis de Maravilha/SC e Pinhalzinho/SC e fez parte da operação “DIFRON SEGURA” em curso nesta segunda semana de novembro.
Ambos os presos (um de 34 e outro de 39 anos de idade) foram encaminhados à unidade prisional de Maravilha/SC.
Delegado Rodrigo Moura tem mais informações:
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