Defesa de mulher suspeita de matar marido e esconder corpo em freezer pede exumação do cadáver
24 de fevereiro de 2023Assassinato aconteceu no dia 14 de novembro
Nesta semana, os advogados de Claudia Fernandes Tavares Hoeckler, suspeita de matar o marido Valdemir Hoeckler e esconder o corpo da vítima em um freezer dentro da casa do casal, solicitaram à Justiça que seja realizada a exumação do corpo da vítima. O pedido foi solicitado mais de três meses após o assassinato de Valdemir, ocorrido no dia 14 de novembro de 2022, em Lacerdópolis.
O advogado de Claudia, Marco Alencar Júnior, afirmou que o pedido de exumação busca esclarecer a causa da morte de Valdemir, uma vez que, segundo o advogado, até o momento não foi possível identificar a causa da morte.
“O perito que fez a necropsia não conseguiu enxergar nenhum elemento que levasse a conclusão de asfixia. Além disso, o exame toxicológico do sangue apontou o uso de um único medicamento, mas em quantidade tão ínfima que não seria capaz de matar”, diz o advogado sobre o pedido.
Mulher havia confessado o crime
Uma semana após cometer o crime e antes de se entregar para a polícia, a acusada concedeu uma entrevista ao jornalista Beto Ribeiro onde narrou como cometeu o assassinato. Na época, Claudia confessou ter dado remédio para o marido dormir e cerca de uma hora depois ter asfixiado Valdemir até a morte. “Eu pensava que não dava mais para aguentar aquela vida. Na hora eu peguei a sacola e coloquei na cabeça dele, eu não tinha coragem de outro jeito”, disse à época.
De acordo com a denúncia, apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em fevereiro de 2023, a mulher teria dopado o marido com medicamentos para que ele dormisse e o amarrado pelos pés, pernas e braços. Após isso, colocou uma sacola plástica na cabeça da vítima e apertou com pedaços de borracha para impedir a passagem do ar.
Morte por “causa reflexa”
Para a defesa, a morte pode ter sido por uma “causa reflexa”. “Depois de tomar o remédio para dormir ele pode ter tido qualquer tipo de síndrome ou até mesmo uma crise alérgica, vindo a morrer antes inclusive da asfixia. Por isso o pedido de exumação. Não é pra tumultuar o processo e sim pra esclarecer a causa morte. O estado até agora não trouxe esse esclarecimento”, aponta o advogado.
Claudia foi indiciada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, ocultação da cadáver e falsidade ideológica – por ter registrado um boletim de ocorrência falso. A mulher segue presa preventivamente no Presídio Regional Feminino de Chapecó.
Motivação do crime
Antes de ser presa, Claudia afirmou que era agredida fisicamente, moralmente e sexualmente pelo marido. A violência teriam iniciado após ela, anos atrás, pedir para terminar o relacionamento. Entretanto, Claudia afirmou que foi agredida constantemente ao longo dos anos e que teria tentado fugir três vezes, mas após conversas, acreditou que a relação mudaria.
“No decorrer dos dezessete anos, Cláudia e Gabriela (filha do casal) sofriam constantemente violência psicológica e financeira. Com relação a Cláudia, ela também sofria violência sexual, tendo que, as vezes, manter relações sexuais com o marido à força e com violências físicas”, finaliza o advogado da acusada.