Cézar Fonini, ex-prefeito de Xaxim, pega 49 anos de prisão por mandar matar advogado
9 de março de 2023Cezar Gastão Fonini também deverá pagar R$ 500 mil de indenização à família da vítima
O ex-prefeito de Xaxim, Cezar Gastão Fonini, foi condenado a 49 anos de reclusão em um júri popular por envolvimento na morte do advogado Joacir Montagna, em Guaraciaba, no Extremo-Oeste de Santa Catarina. O julgamento começou ainda na segunda-feira, dia 6, no município de São Miguel do Oeste, com a sentença proferida no final da manhã desta quinta-feira, dia 9.
A sentença foi lida pelo juiz da Vara Criminal de São Miguel do Oeste, Márcio Luiz Cristofoli. Os outros dois acusados foram absolvidos pelos jurados ― Adelino José Dala Riva e esposa de Cezar, a ex-vereadora Maria de Lourdes Fonini. No entanto, Adelino já tinha sido condenado a 34 anos de prisão em um primeiro júri.
O ex-prefeito foi condenado a 49 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele também deverá pagar R$ 500 mil de indenização por danos morais à família de Joacir.
“A culpabilidade, como grau de reprovabilidade da conduta, é elevadíssima, considerando que ação homicida foi ordenada pelo acusado e executada com frieza e crueldade. Veja-se que a frieza que o autor imediato empregou para efetuar o tiro letal não é diferente da frieza de em planejar e ordenar que assim fosse feito”, destacou o juiz ao ler a sentença.
Vida política
Cezar Gastão Fonini foi prefeito de Xaxim pela primeira vez entre 1997 e 2000. Ele foi o primeiro a disputar uma reeleição no município e conseguir um segundo mandato, comandando o Executivo entre 2001 e 2004.
O magistrado ainda destacou na sentença que a ordem de execução ocorreu mesmo enquanto Cezar estava preso. “Enquanto deveria estar preocupado em cumprir sua pena, em razão de condenação proferida […] ele se ocupou em praticar mais um crime, de dentro da prisão, evidentemente revelando uma culpabilidade acima da média”, completou Márcio.
Embora absolvido neste julgamento, Adelino foi condenado no primeiro júri do caso, em julho de 2019, a 34 anos de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, além de porte ilegal de arma de fogo.
Na ocasião, ele e o atirador que contratou foram condenados ao pagamento solidário de R$ 200 mil aos herdeiros do advogado. Na soma das penas, o júri popular de 2019 condenou Adelino José Dala Riva, Lucas Gomes dos Santos, Abel Gomes dos Santos, David Gomes dos Santos e José de Almeida a 137 anos e 6 meses de prisão por executarem o advogado.
O advogado Joacir Montagna foi morto com um tiro na cabeça no dia 13 de agosto de 2018, enquanto trabalhava em seu escritório. O casal Fonini foi preso no dia 28 de agosto de 2019. De acordo com o Ministério Público, Lourdes e Cezar atuaram como mandantes do homicídio.
O crime
A denúncia apresentada pelo Ministério Público relata que Adelino contratou os irmãos Lucas, Abel e David Gomes dos Santos para matar o advogado, no dia 13 de agosto de 2018, em Guaraciaba.
A arma do crime, inclusive, foi dada por Adelino como parte do pagamento. Lucas, foragido do sistema prisional e suspeito de integrar uma facção criminosa do Rio Grande do Sul, seria o responsável por atirar em Joacir.
No dia, Lucas, Abel e David se deslocaram de Chapecó para Guaraciaba. Enquanto Abel aguardou a dupla em um local combinado, Lucas e David foram ao escritório do advogado em uma motocicleta. Lucas desceu e entrou de capacete no escritório da vítima. Depois de render duas funcionárias, entrou na sala onde estava Joacir e anunciou um falso assalto.
Quando o advogado, que estava atrás da mesa de trabalho, se abaixou para pegar o dinheiro exigido no cofre, Lucas, já prevendo que a vítima estaria de costas e abaixada, executou o advogado com um tiro na parte de trás da cabeça.
Com informações Oeste Mais