Ministro do GSI pede demissão após imagens em que aparece no Planalto durante invasão

Ministro do GSI pede demissão após imagens em que aparece no Planalto durante invasão

20 de abril de 2023 Off Por Editor



  • Imagens divulgadas nesta quarta-feira mostram Gonçalves Dias no Planalto quando a invasão ao local ocorria

    O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo ontem quarta-feira (19), após aparecer em imagens do circuito interno de TV do Palácio do Planalto sem confrontar invasores nos ataques de 8 de janeiro. O pedido foi imediatamente aceito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com o general e ministros palacianos. A queda de G. Dias é a primeira de um ministro do governo Lula.

    Comissão Parlamentar Mista de Inquérito

    O presidente convocou uma reunião de emergência no Planalto, com ministros de seu círculo mais próximo, para discutir a mais nova crise política. O governo estava convencido de que, após a divulgação dessas imagens, reveladas pela CNN Brasil, não havia mais como segurar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que a oposição quer instalar para investigar os atos antidemocráticos. Até agora, o Planalto ainda nutria alguma esperança de retirar assinaturas para a abertura da CPMI, por meio da distribuição de cargos e emendas.

    Na avaliação de Lula, a CPMI dará palanque para a oposição e pode atrapalhar votações consideradas fundamentais para o governo, como a do novo arcabouço fiscal. O projeto de lei foi entregue nesta terça-feira ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    G. Dias foi orientado a pedir demissão, diante do intenso desgaste e questionamento. Suas funções já haviam sido substancialmente esvaziadas pelo presidente, após os atos de 8 de janeiro. Lula reclamou publicamente de falhas na inteligência presidencial, desconfiava de militares da ativa e falava de forma recorrente em suspeita de conivência.

    Pedido de exoneração aceito

    Lula aceitou o pedido de exoneração de G. Dias, ainda sem ter um substituto para o cargo. O governo ainda não decidiu o que fará com as atribuições que restavam ao GSI, como a segurança predial de instalações usadas ou frequentadas por Lula e seus familiares, entre outras. A segurança pessoal do presidente, chamada no jargão de segurança imediata, já era diretamente vinculada ao gabinete de Lula, uma inovação, e realizada por policiais federais, não mais pelos militares subordinados ao GSI

    Em nota, a Secretaria de Comunicação da presidência diz que “todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI”. A nota não cita o ministro-chefe do GSI.