Lula diz que desconto para comprar carro tem prazo para acabar; veja detalhes
13 de junho de 2023Presidente comentou previsão feita pela Anfavea sobre a duração do programa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estreou, na manhã desta terça-feira (13), uma live que irá divulgar um balanço do trabalho feito e as propostas futuras. Com duração de cerca de 30 minutos, a conversa será transmitida uma vez por semana.
Comandado pelo jornalista Marcos Uchôas, o modelo é diferente das lives semanais do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se comunicava sem mediação com seus apoiadores e respondia perguntas ao vivo.
Lula tratou de temas como endividamento, reforma agrária, educação, fake news, política externa, redução no preço dos carros populares, valorização do salário mínimo, habitação, e até futebol.
“A gente já não é mais o melhor futebol do mundo. Hoje, a gente virou um país exportador de jovens jogadores que ficam experientes no exterior”, disse.
No início do programa, Lula anunciou que no dia 2 de julho vai ser lançado “um grande programa de obras para o desenvolvimento nacional, obras de infraestrutura em todas as áreas”. Outra grande prioridade da gestão será resolver o problema das obras que estão paralisadas. “Nós encontramos 14 mil obras paradas. Só na área da Educação são 4 mil.”
O papo também teve um comentário do presidente Lula sobre a previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) de que o programa com desconto para compras de veículos novos lançado pelo governo pode durar apenas um mês.
“Então veja, reduzimos um pouco o preço do carro. Você viu, eu estava vendo uma notícia hoje que, já vai durar um mês e vai acabar o programa”, declarou.
Pouco tempo depois do anúncio oficial da medida para reduzir o preço dos carros populares, a Anfavea divulgou uma nota afirmando que “cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos, antes do esgotamento dos créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda. Isso deverá ocorrer em pouco mais de um mês, ou seja, bem antes dos 4 meses de prazo estipulado pela medida provisória”, informou a Associação.
Sobre a reforma agrária, o presidente afirmou não ser necessário mais “invadir terra no Brasil”, já que “quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, a partir daí vamos discutir a ocupação desta terra, não precisa ter barulho, guerra. O que precisa ter é competência e articulação.”
O presidente falou também sobre sua relação com o agronegócio, que tem sido palco de embates desde o início do seu mandato. “Nunca tive problema com o agronegócio, governei por oito anos esse país, eles sabem de tudo que fizemos por eles. [..] Do ponto de vista econômico, não tem problema conosco. O problema pode ser ideológico. Se for, paciência.”, disse Lula, que destacou os juros baixos para equipamentos do campo, como escavadeira, em seus dois primeiros mandatos.
Além disso, Lula adotou um tom conciliatório entre o grande e o pequeno e médio produtor. “Não há incompatibilidade entre o pequeno e médio e o grande produtor rural. Agricultura familiar e agronegócio são complementares, e o Brasil precisa dos dois.”, afirma.
“Quando falamos que vamos aumentar o salário mínimo não é fake news”, disse o presidente, que ressaltou a continuidade políticas de valorização salarial. Lula também falou sobre o programa Desenrola, que pretende ajudar famílias endividadas a renegociarem suas dívidas: “Estamos preocupados em encontrar uma saída para 72 milhões de brasileiros e brasileiras que devem alguma coisa, que estão com o nome no Serasa”.
Em relação à habitação, Lula destacou o retorno do Minha Casa, Minha Vida, que deve ter sua MP votada no Senado na tarde desta 3ª feira, e destacou a inclusão da classe média no programa “Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa Minha Vida para as pessoas mais pobres, mas também para a classe média. Precisamos ter uma capacidade enorme para fazer com que todas as pessoas se sintam contempladas pelo governo”.