As riquezas do agronegócio que o MST tenta esconder
16 de agosto de 2023O setor gera empregos, desenvolvimento e distribuição de riqueza, além de produzir alimentos
Na terça-feira 15, João Pedro Stédile tentou desacreditar a importância do agronegócio na CPI do MST. O setor, entretanto, mantém o emprego de 27% dos trabalhadores do Brasil, de acordo com um levantamento recente da USP.
O militante acusa o agronegócio de não gerar desenvolvimento para o país por se limitar a commodities. Contudo, o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e as regiões onde o agro ocupa papel de proeminência provam justamente o contrário.
A Embrapa e o agronegócio
Por meio de um sistema de parceria com os produtores rurais, a Embrapa liderou uma das maiores revoluções verdes da história. Esse trabalho tornou as áreas de cerrado agricultáveis, expandindo a safra de alimentos, promovendo povoamento e desenvolvimento.
Transformação e desenvolvimento
Em Mato Grosso, por exemplo, o carro-chefe é o agronegócio. Famílias de pequenos agricultores migraram para o Estado em busca de prosperidade e se tornaram grandes produtores. Em 40 anos, houve um salto, transformando a agropecuária mato-grossense em um dos pilares para a segurança alimentar do planeta.
Áreas pouco habitadas que mais pareciam fazendas malcuidadas deram espaço a cidades pujantes, cercadas por propriedades agrícolas com o mais alto grau de tecnologia.
Tangará da Serra, por exemplo, mal tinha asfalto no começo da década de 1980. Atualmente, essa mesma cidade que vive do agro tem um shopping center, hospitais, faculdades e franquias de todo o planeta.
Em 2023, o agronegócio de Mato Grosso deve colher 100 milhões de toneladas de grãos, conforme as estimativas oficiais. A colheita recorde abastece os criadores nacionais de aves e suínos, alimenta parte da produção de biocombustíveis, fornece insumos e matérias-primas para diversos segmentos da indústria, além de gerar divisas com o mercado externo.
Matopiba
No Norte e no Nordeste do Brasil, a agropecuária impulsionou a região conhecida como Matopiba. Ela é formada por áreas de cerrado em quatro Estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O município baiano de Luís Eduardo Magalhães, por exemplo, se tornou um dos grandes polos produtores do país. Em 1982, a cidade nem sequer existia.
No lugar, havia apenas um posto de combustíveis, fundado em razão do entroncamento de duas rodovias: a BR 242 e a BR 20. Hoje, Luís Eduardo Magalhães é uma cidade completa com quase 100 mil habitantes.
Sul e Sudeste
Para o Sudeste do país, o agro também é um grande negócio. Um exemplo é Ribeirão Preto.
Localizado no interior paulista, essa cidade é uma das principais do agronegócio brasileiro. A riqueza gerada no campo, em lavouras como as de cana-de-açúcar, de café e de laranja, bancou o surgimento de um setor de serviços de ponta, com hospitais e faculdades de primeira geração.
A cana, além de ser matéria-prima para a produção de açúcar, dá origem ao etanol. Esse combustível é uma resposta sustentável do setor para substituir os combustíveis fósseis e gerar energia limpa.
Além disso, os resíduos da produção são usados na geração de eletricidade e podem ser matéria-prima para a fabricação de polímeros — semelhantes a materiais plásticos — livres de petróleo.
As cooperativas agrícolas do Sul, por sua vez, geram oportunidades em toda a região. Em lugares onde o agronegócio ocupa papel de destaque, como Chapecó, Santa Catarina, a situação é de pleno emprego.
No Paraná, a cadeia produtiva do frango mostra um exemplo virtuoso de produtores de todos os tamanhos com grandes indústrias. E no Rio Grande do Sul, o agronegócio, entre outras safras, lidera a produção nacional de arroz — alimento-base da dieta da população do Brasil.
Com informações Revista Oeste