Fechamento: Desativado o terceiro turno em unidades de saúde de três Bairros da cidade
22 de fevereiro de 2017A falta de resolutividade nos serviços e a baixa demanda de atendimento decretaram o fim do atendimento em período extra
Chapecó (22.2.2017) – A partir do dia 1º de março estará desativado o terceiro turno nas três unidades de saúde de Chapecó que mantinham a modalidade de atendimento à população. As unidades são dos Bairros Santo Antônio, Cristo Rei e Belvedere. O pedido para encerrar o período extra, foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde e submetido à discussão e aprovação do Conselho Municipal e Saúde – CMS. O sistema “não vinha mais apresentando resolutividade” por isso “não há razão para permanecer ativo”, justificou o secretário Municipal de Saúde Nédio Conci na plenária mensal do Conselho.
Benefícios – O terceiro turno é o atendimento em período diferenciado, das 18 às 22 horas. Era feito por que não existiam, na época da implantação em 205, locais próximos para prestar assistência médica à população. Agora, no entanto, a situação é muito diferente. O Bairro Efapi dispõe de um Pronto Atendimento, com suporte da UPA do Bairro Presidente Médici. Estas unidades de saúde são as referências indicadas aos casos emergenciais ou urgentes. O fim do terceiro turno nos Bairros em questão “não significará nenhum tipo de prejuízo aos moradores”. Ao contrário “trazem benefícios a todos”, garante o secretário.
Desperdício – A manutenção do terceiro turno exigia volume de investimento superior a R$ 1,2 milhões ao ano e o serviço não era resolutivo. A economia conseguida vai ser aplicada em outras áreas da saúde. “É um desperdício de recursos, estamos enxugando gelo”, disse Conci, para justificar a decisão tomada. Em média apenas 11 pessoas por dia compareciam em cada uma das unidades no horário diferenciado. A baixa demanda não comportava mais a manutenção do turno extra. “Os atendimentos eram na modalidade eletiva – agendados e com hora marcada”, explicou a gerente de atenção básica e coordenação de enfermagem da Secretaria Jucieli Bianchi.
Mais motivos – O fechamento tem outras razões como a falta de acompanhamento do paciente pelo médico. Os atendimentos eram feitos por diferentes profissionais a cada dia. Isso quer dizer que o médico não tinha vinculo com as pessoas, desconhecendo o histórico do paciente. Assim não havia efetividade na solução do problema e necessariamente as pessoas eram obrigadas a recorrer ao seu médico habitual. Além disso, neste formado não havia atendimento de urgência.
O CMS entendeu que o terceiro turno cumpriu perfeitamente seus objetivos em momento especifico. Agora o modelo é dispensável devido à existência de outros complexos bem mais estruturados de atendimento a saúde pública.
Sala de Situação – Ainda na plenária do CMS foi apresentada a Sala de Situação espaço de informação e analise da saúde. E dotada de visão integral e intersetorial para análise e avaliação permanente da situação de saúde. A sala atua como instância integradora da informação que gera a vigilância em saúde pública nas diferentes áreas e níveis.
Combate – A gerente regional de saúde da ADR – Agência de Desenvolvimento Regional Chapecó, Cassiana Telles e a bióloga Deise Angelini expuseram as ações de combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Zika Vírus e Chikungunia. Dos 39 Municípios da área de atuação da ADR, 22 ainda permanecem infestado pelo mosquito. Até o final do ano passado 10 Municípios estavam em epidemia. Chapecó organiza um mutirão de limpeza para ser executado nos próximos dias. Será uma ação conjunta para execução de varredura em todo o Município, envolvendo toda sociedade e organizações.
Não ao EAD na saúde – Uma moção de repúdio contra a graduação na modalidade à distância na área da saúde, também mereceu aprovação. O Conselho se manifesta contrário a graduação de cursos na área da saúde na modalidade EaD por que eles se baseiam na relação interpessoal, na construção e manutenção de vínculos e no caráter prático e dinâmico “que só o ensino presencial pode oferecer”.
O documento foi exposto pela presidente do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina – CRFSC, Hortência Muller Tierling e pelo bioquímico de analises clínicas Tiago Zanella. A moção destaca que a formula em questão promove a “precarização do ensino”, causando prejuízos à população “por não receber o atendimento com a qualidade e segurança a que tem direito”. A preocupação já foi manifestada por vários Conselhos Profissionais de Saúde de Santa Catarina. Atitude idêntica foi tomada pelo Conselho Nacional de Saúde.
Programação/Capacitação – O evento do CMS serviu ainda para a apresentação, discussão e deliberação da programação anual de saúde 2017, com manifestação inicial da conselheira suplente Gessiani Larantis.
Capacitação – Foi aprovado, ainda o projeto de capacitação para os conselheiros e conselheiras. O repasse do detalhamento do plano foi responsabilidade da conselheira Adriana Hillesheim.
Taxas – Mereceu aprovação também o pedido para que as taxas de vigilância sanitária pagas por todas as empresas do Município passem a ser repassadas ao Fundo Municipal de Saúde.
Apresentação – A presidente do CMS apresentou a nova conselheira titular Nailde Rosa Brunetto, presidente do Conselho de Saúde do Bairro Cristo Rei.
– Assessoria de Imprensa Siticom