Rixa, disputa e tentativa de homicídio por bananas levará trio ao tribunal do Júri em SC
23 de outubro de 2023Crime ocorreu em 2015, na cidade de Santa Rosa do Sul
Um trio acusado de tentar assassinar o motorista de caminhão que transportava bananas no Sul de Santa Catarina enfrentará sessão do Tribunal do Júri. A decisão foi confirmada pela 3º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado. Segundo a Justiça, os réus também atuam no comércio varejista de frutas da região e possuíam rixa antiga com a vítima que, após trabalhar com eles, transferiu-se para uma empresa concorrente. O crime aconteceu em Santa Rosa do Sul, em 2015.
A vítima deparou-se com um carro parado na estrada quando dirigia um caminhão para realizar um carregamento de bananas, por volta das 23h45. Ao lado do veículo, um homem pedia por ajuda. O motorista não desceu do caminhão, mas reduziu a velocidade e pode ouvir alguém ordenar: “Atira !, Atira !…”.
Após o comando, um segundo homem – que até então estava escondido no meio do mato – apareceu no acostamento, armado e efetuou os disparos. O condutor foi atingido no braço esquerdo e no rosto, mas mesmo assim conseguiu fugir e seguir sua rota até a casa de seu patrão, onde pediu socorro e foi levado ao hospital. A vítima não conhecia os dois homens, mas acredita que agiram por conta da rivalidade existente entre sua ex e a nova empresa, e que teriam sido contratados para matá-la. Alguns meses antes, o funcionário já havia registrado agressão e ameaça de morte do suposto mandante do crime – seu ex-colega de trabalho -, que, segundo a vítima, era a única pessoa que sabia do seu itinerário naquela noite. De acordo com a Justiça, a rixa entre as duas empresas já era conhecida pelos envolvidos. Antes de serem rivais, eram sócias e a vítima trabalhava para o dono da produtora concorrente. A relação de ambos não terminou pacificamente, já que a vítima abriu um processo contra o ex-patrão por este não ter pago seus direitos trabalhistas. No fim do acordo na justiça, o homem exigiu que a vítima parasse de trabalhar na empresa concorrente. A ordem não foi acatada. Durante a investigação, a Polícia Militar foi até o local do ocorrido e avistou um carro, com o capô ainda quente, que se encaixava no depoimento da vítima. A casa pertencia ao suposto mandante do crime. Lá, encontraram uma espingarda sem autorização e em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, que possuía cartuchos deflagrados, mas o dono alegou não utilizar há muito tempo.
Dias depois do crime, a vítima mudou de residência. Segundo o depoimento, ela continua a sofrer ameaças de morte pelo seu ex-patrão. Os acusados, entretanto, negam ter qualquer envolvimento ou participação com o crime. A defesa, em seu apelo ao TJ, solicitou a absolvição dos réus, diante da ausência de indícios de autoria. O pleito foi conhecido e desprovido. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri por tentativa de homicídio qualificado pela emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Com informações SCC10