Carne fraca: Entidades sindicais querem manutenção do emprego e rigorosa punição aos culpados

Carne fraca: Entidades sindicais querem manutenção do emprego e rigorosa punição aos culpados

20 de março de 2017 Off Por José Carlos Linhares



  • O maior temor é que os desdobramentos da operação agravem ainda mais os já elevados índices de desemprego

    Florianópolis/SC (21.3.2017) – A indústria frigorifica nacional acaba de sofrer um grande baque, provocado pela operação “Carne Fraca” deflagrada pela Polícia Federal, com suspeitas de erros cometidos na manipulação de carnes. São fatos isolados que podem abalar a economia devido à computação de prejuízos sem precedentes. A possibilidade afetaria drasticamente a sobrevivência dos trabalhadores do grupo da alimentação de Santa Catarina, em decorrência do volume de desemprego que isso poderia acarretar.

    Em nota oficial as instituições sindicais do Estado e em nível nacional manifestaram enorme preocupação com os impactos da operação. A Fetiaesc (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Alimentação de Santa Catarina), a Força Sindical catarinense e a CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores da categoria) estão solidárias aos trabalhadores. Defendem a manutenção dos mais de 400 mil empregos do setor no país.

    Para as entidades os fatos localizados não podem prejudicar “toda uma cadeira produtiva” e seus trabalhadores. Também não é possível admitir que um universo de 11 mil fiscais da agricultura “paguem por causa de 33 que estão sendo investigados”. O documento mostra que Santa Catarina está entre os maiores produtores e exportadores brasileiros de carnes por que tem “uma indústria forte” e há “competência e excelência” no trabalho de “milhares de pais e mães que vão todos os dias aos frigoríficos exercer digno trabalho”.

    O presidente da Fetiaesc Miguel Padilha lembra que a qualidade das carnes brasileiras “é inquestionável” e “mundialmente reconhecida”. A carne industrializada no país “está entre as melhor do mundo”. Lembra que Santa Catarina é o único Estado livre de doenças sem vacinação e aqui “temos a melhor sanidade animal”. Estas garantias não podem ser desconsideradas na análise global do situado problema. Para ele “não é por acaso” que o Brasil exporta cerca de um bilhão de dólares em carnes para 150 países. Reitera que defende de modo “intransigente” os empregos dos trabalhadores na agroindústria.

    Já o presidente da Força Sindical catarinense Osvaldo Mafra também irritado com as atitudes de específicos segmentos de controle e fiscalização das carnes nacionais, disse ser “totalmente favorável” a operação “Carne Fraca”. Após acrescentar que a cadeia produtiva pode estar “seriamente ameaçada”, reforça a necessidade de manutenção do emprego. Se evitaria assim, o agravamento do “combalido mercado de trabalho”, cuja estabilidade requer mais de 12,5 milhões de oportunidades. Independente “de quem quer que seja”, Mafra defende rigor na punição dos culpados. Comprovados os fatos quem agiu de má fé “tem que ir para a cadeia”.

    Manter a produção – O presidente da CNTA Artur Bueno de Camargo destaca que as exigências dos consumidores internacionais são rigorosas e todas cumpridas pelos exportadores, condição que comprova: “as carnes brasileiras são absolutamente seguras”. Os sindicalistas pediram aos trabalhadores do setor que mantenham suas atividades normais. Asseguram que a federação, a central e confederação encontram-se em “permanente vigília” para assegurar a necessária manutenção e garantia do emprego que eventualmente venha a ser comprometido.

    – Foto: Miguel Padilha defende irrestritamente a manutenção dos empregos nas agroindústrias

    Assessoria de Imprensa FETIAESC