Assassino teria estuprado e estrangulado jovem que desapareceu na Serra Catarinense, diz MPSC
9 de fevereiro de 2024O réu é acusado de matar a mulher e a amante.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um homem de 39 anos por estuprar e estrangular até a morte Julia Paes Antonello, de 19 anos, em Bom Jardim da Serra, na região da Serra Catarinense. As informações foram divulgadas pelo próprio MPSC. Além do homicídio de Julia, o acusado também é apontado por matar sua ex-companheira, Maria Aparecida da Rosa, de 35 anos. Este segundo crime ocorreu um mês após o desaparecimento de Julia, em setembro de 2023, logo após o réu confessar a Maria o assassinato de Julia. O réu, de 39 anos, está preso preventivamente no Presídio Masculino de Lages e já foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em dois processos penais distintos. O objetivo da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Joaquim é que ele vá ao Tribunal do Júri duas vezes.
Como os crimes aconteceram
As investigações realizadas pelos órgãos de inteligência até aqui conectam os dois homicídios, apontando que, em 18 de setembro, o suspeito teria asfixiado e esfaqueado a ex-companheira Maria na frente dos dois filhos, e uma das motivações do crime seria impedi-la de contar às autoridades o que sabia sobre a morte de Júlia. Ele se apresentou à Polícia como culpado pela morte de Maria e, posteriormente, foi denunciado pelo MPSC por homicídio com três qualificadoras (feminicídio, asfixia e emprego de recurso que dificultou a defesa). Na época, Júlia estava desaparecida e não havia nenhuma associação entre os dois casos. Seu corpo só foi encontrado em janeiro, nas margens de um curso d’água na localidade de Rabungo. As evidências acabaram apontando para o mesmo suspeito e, nesta semana, ele foi denunciado por mais esse crime. Segundo a denúncia, em 19 de agosto, ele teria estrangulado e estuprado a jovem, descartado o corpo e destruído seu celular e suas roupas para eliminar provas. Nesse processo, o réu é acusado homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e estupro contra vulnerável – pelo fato de a vítima estar inconsciente devido ao estrangulamento. As qualificadoras imputadas são o feminicídio, a asfixia, o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e a motivação ligada a ocultação de outro crime (o estupro cometido anteriormente).
“Todas as evidências responsabilizam o mesmo homem pelos dois crimes e estamos trabalhando para que ele seja julgado pela sociedade e receba penas altíssimas, proporcionais à gravidade extrema dos atos que cometeu”, diz a Promotora de Justiça Stephani Gaeta Sanches.