MPSC investiga negligência médica em morte de bebê em SC

MPSC investiga negligência médica em morte de bebê em SC

5 de abril de 2024 Off Por Editor



  • Os pacientes, que buscaram ajuda médica em diversas ocasiões, teriam sido liberados com quadros clínicos graves

    Após dois casos suposta negligência médica no pronto atendimento 24 horas de Itapoá, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou uma investigação para apurar as circunstâncias que levaram à morte de um bebê de oito meses e à hospitalização de um idoso. Os pacientes, que buscaram ajuda médica em diversas ocasiões, teriam sido liberados com quadros clínicos graves.

    Entenda o caso do bebê Theo

    O menino Theo, de oito meses, faleceu nesta segunda-feira (1º) no Hospital Infantil de Joinville, Norte de Santa Catarina. De acordo com informações repassadas pela avó do menino Theo, que foi inicialmente atendido em Itapoá, houve erro médico na conduta de atendimento da criança, que apresentou os primeiros sintomas de febre na última quarta-feira (27). Preocupada, a mãe do menino procurou a unidade de pronto atendimento de Itapoá e lá foi informada que a criança tinha infecção de garganta. A criança foi liberada para ir para casa. Um dia depois, a criança apresentou piora no quadro de saúde e teve febre acima de 40 graus, segundo a avó. Novamente a mãe do bebê procurou a unidade de saúde na tentativa de descobrir o que estava acontecendo, mas ao ser atendida novamente foi informada de que o menino tinha uma leve infecção de garganta e que depois de ser medicado ficaria bom. A avó disse que a criança retornou novamente para casa.

    Tentativas de atendimento com a criança

    A avó relatou que no último final de semana Theo apresentou piora e novamente a família procurou auxilio médico na Unidade de Saúde onde já tinha sido atendido anteriormente. Chegando lá a mãe novamente foi informada de que não deveria se preocupar pois a criança estava bem. A mãe do bebê insistiu para ele ser levado para o Hospital Infantil de Joinville e então a criança foi encaminhada já em estado debilitado e com várias manchas pelo corpo. Só ao chegar em Joinville que a família teve um diagnóstico mais preciso do estado de saúde de Theo. De acordo com a avó, a equipe médica disse que a criança foi diagnosticada com pneumonia, infecção generalizada e parada dos órgãos.

    Ação do MPSC nos casos de negligência médica

    No procedimento, a 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Itapoá solicitou esclarecimentos detalhados sobre o caso à coordenação administrativa do pronto atendimento da cidade e à Secretaria de Saúde do município. Além disso, o Poder Executivo municipal foi oficiado para informar quais providências estão sendo adotadas em relação ao caso. Diante disso, os órgãos públicos têm 48 horas para prestar as informações requeridas pelo MPSC, bem como encaminhar os dados sobre a qualificação completa dos profissionais de saúde que prestaram os atendimentos e os prontuários médicos dos dois pacientes. O Promotor de Justiça Caio Rothsahl Botelho, titular da 1ª Promotoria de Justiça afirma que os pacientes foram liberados precocemente. “No caso sob análise, tem-se que dois pacientes procuraram a Unidade de Pronto Atendimento por mais de duas vezes e, ao que tudo indica, foram liberados precocemente, sem a realização de exames clínicos que comprovassem o efetivo diagnóstico. Dias depois, a criança de oito meses faleceu e o idoso foi hospitalizado no Hospital São José”. Conforme o MPSC, o homem compareceu à unidade de pronto atendimento de Itapoá com fortes dores abdominais. Após receber alta médica e continuar com os sintomas, ele retornou à unidade, onde foi constatada uma infecção no apêndice nível quatro. Ele foi levado ao Hospital São José, onde foi realizada uma cirurgia. Quanto ao bebê, após três atendimentos consecutivos na UPA de Itapoá, os médicos supostamente informaram que não tinha nenhum sintoma. No entanto, a criança passou mal novamente em casa e foi levada ao Hospital Infantil em Joinville, onde foi entubada. Após exames, foi constatada uma infecção generalizada e broncopneumonia em estado avançado, e ela vindo a óbito. “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido pela Constituição Federal. O MPSC continua a investigar o caso para garantir que esse direito seja respeitado”, ressalta o Promotor de Justiça.