Políticos catarinenses integram lista da Lava-Jato
12 de abril de 2017A divulgação da lista dos envolvidos nas delações premiadas do grupo Odebrecht, liberada nesta terça pelo ministro Edson Fachin, destaca quatro políticos de Santa Catarina, todos de Blumenau. São eles o senador Dalirio Beber e o prefeito Napoleão Bernardes, ambos do PSDB, o deputado federal Décio Lima e a deputada estadual Ana Paula Lima, do PT.
A relação é realmente impactante. Envolve senadores do PSDB, do PMDB e do PT, ministros do governo Temer e parlamentares de diferentes partidos, entre elas, deputados e senadores que defenderam de forma radical Dilma e Lula e aqueles que também atacaram de forma contundente os dois ex-presidentes.
A inclusão dos quatro parlamentares do Vale do Itajaí tende a repercutir de forma impactante nas eleições gerais de Santa Catarina no próximo ano.
O senador Dalirio Beber, no primeiro mandato ocupando a vaga decorrente da morte do titular Luiz Henrique da Silveira, tinha um currículo imaculado. Está exercendo o primeiro mandato. É um dos mais respeitados tucanos em todo o Estado.
O prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, estava na rampa de lançamento para disputar uma eleição majoritária no Estado no próximo ano. Até uma dobradinha com Udo Döhler, em eventual coligação com o PMDB chegou a ser cogitada nos últimos dias. Outro nome que surpreende os meios políticos catarinenses.
Impactante, sobretudo, o casal Décio e Ana Paula Lima. O deputado federal é outro nome colocado entre os possíveis postulantes ao governo ou senado no próximo ano. Agora, com a delação, tende a sofrer desgaste político, com desdobramentos imprevisíveis.
A posição de Décio Lima se agrava pela inclusão do nome da mulher, a deputada Ana Paula Lima, considerada sua sucessora na política do Vale do Itajaí e várias vezes cogitada para disputar a Prefeitura Municipal.
O casal é o mais ligado ao ex-presidente Lula. Décio Lima tem estado com Lula em São Paulo com alguma frequência. São compadres.
Além da inclusão na lista Janot, qualquer punição futura a Lula poderá respingar também em Décio Lima, cuja corrente foi vitoriosa nas eleições do PT domingo em Santa Catarina.
Os executivos e ex-dirigentes da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato citaram situações suspeitas envolvendo 12 governadores.
Deste total, três serão investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por terem sido mencionados ao lado de outras autoridades que têm foro privilegiado na Corte: Tião Viana (PT), do Acre; Robinson Faria (PSD), do Rio Grande do Norte; e Renan Filho (PMDB), de Alagoas.
Por ordem do relator da Lava Jato no STF, ministro Luiz Edson Fachin, os episódios que envolvem outros nove governadores foram enviados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro competente para julgar os chefes dos Executivos estaduais.
Agora, caberá ao STJ analisar o pedido e autorizar o início das diligências solicitadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Veja quem são os governadores citados pelos delatores da Odebrecht:
Paulo Hartung (PMDB), do Espírito Santo;
Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo;
Beto Richa (PSDB), do Paraná;
Fernando Pimentel (PT), de Minas Gerais;
Flávio Dino (PC do B), do Maranhão;
Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro;
Marconi Perillo (PSDB), de Goiás;
Raimundo Colombo (PSD), de Santa Catarina;
Marcelo Miranda (PMDB), de Tocantins.
Fonte: RÁDIO BELOS MONTES