Trio é condenado por morte de casal a mando de facção criminosa em SC

Trio é condenado por morte de casal a mando de facção criminosa em SC

20 de junho de 2024 Off Por Editor



  • Ação teria ocorrido como forma de retaliação após as vítimas, supostamente, terem matado um motorista de aplicativo

    Três homens foram condenados pela morte de um casal de adolescentes em 2021 em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. O trio seria integrante de uma facção criminosa, que teria determinado que eles matassem as vítimas, já que elas supostamente teriam assassinado um motorista de aplicativo. O trio foi condenado pelos crimes de sequestro, cárcere privado, duplo homicídio qualificado, participação em organização criminosa, majorada pelo emprego de arma de fogo com participação de adolescente e corrupção de menor. A sessão do Júri, realizada em Santo Amaro da Imperatriz, teve duração de 22 horas e foi realizada entre terça (18) e quarta-feira (19). As vítimas supostamente teriam matado um motorista de aplicativo na região de Florianópolis, o que provocou uma retaliação da facção criminosa da qual os réus faziam parte. Eles foram condenados às penas de 46 anos e quatro meses; 63 anos, dois meses e três dias; e 67 anos, sete meses e 21 dias de reclusão, respectivamente.

    Relembre o crime

    Os adolescentes foram sequestrados em outubro de 2021 no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis. O casal foi levado até um local usado como cativeiro no bairro Brejaru, em Palhoça, onde foi mantido em cativeiro por três dias. Os envolvidos aguardavam que a facção criminosa autorizasse a execução dos dois. No dia 11 de outubro, dois dos réus, junto a um terceiro e um adolescente, levaram as vítimas no porta-malas de um veículo até a localidade de Cobrinha de Ouro, em Santo Amaro da Imperatriz. Lá, os adolescentes foram amarrados com fita plástica, deitados no chão e alvejados com diversos disparos, sendo atingidos com seis e dez tiros, respectivamente. Eles morreram no local. O terceiro condenado não estava no local no momento das mortes, porém foi identificado durante as investigações como o responsável pela facção criminosa dos quais os envolvidos faziam parte, em São José. Ele teria dado suporte ao crime, com a queima do veículo utilizado para o transporte das vítimas, ação feita no bairro Rússia, em Biguaçu, por ele e os outros dois condenados. O Promotor de Justiça em exercício da 2ª Promotoria de Justiça de Santo Amaro da Imperatriz, Murilo Rodrigues da Rosa, com a Promotora de Justiça Mirela Dutra Alberton, integrante do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI), destacou na acusação que “o crime foi praticado por motivo torpe, uma vez que caracterizou a aplicação de punição sumária às vítimas, sob ordens da facção criminosa”. De acordo com os autos do processo, a suspeita de que o casal teria matado o motorista de aplicativo iria contra os “preceitos” da organização criminosa e por isso provocou a ordem de execução. Já a presença do adolescente no local imputou o crime de corrupção de menor.