Cães mortos da fome motivam operação em Indaial e enredo cruel choca até a polícia
1 de agosto de 2024
Os 10 animais foram resgatados após inúmeras denúncias de maus-tratos
Uma operação para salvar cães vítimas de maus-tratos em Indaial comoveu e chocou a própria Polícia Civil ontem quarta-feira (31). Ao menos 10 cachorros viviam em um ambiente “deplorável”, conforme o delegado Filipe Martins, onde não havia acesso a água ou comida. Um vídeo enviado aos policiais durante as investigações revelou, inclusive, que os animais chegaram ao ponto de matar uns aos outros para que não morressem de fome. O tutor, um homem de 69 anos, foi preso em flagrante. Os cães foram encontrados no bairro Ribeirão das Pedras enquanto a polícia cumpria mandados de busca e apreensão domiciliar. A investigação, porém, já teria iniciado em maio deste ano depois de inúmeras denúncias de maus-tratos contra os animais na residência. Nesta quarta-feira, os agentes foram até o local e se depararam com precárias condições de higiene em um ambiente onde havia fezes espalhadas pelo espaço. Também foram identificados parasitas nos 10 cães, que ainda apresentavam sinais de anemia, febre, dificuldade de locomoção e magreza extrema. Uma gravação encaminhada através de uma das denúncias mostra o momento em que os cachorros se atacam por não terem o que comer. De acordo com a pessoa que enviou o vídeo, os animais teriam chegado a esse estágio para que não morressem de fome. — Apesar de lidar com as maiores barbáries do ser humano diante da prática dos mais diversos crimes, como ser humano foi chocante ver as condições a que esses animais indefesos eram submetidos. O sofrimento de cada cão era nítido e parecia que eles estavam entendendo que o sofrimento deles tinha chegado ao fim — disse o delegado Martins. O tutor dos cachorros recebeu voz de prisão pelo crime de maus-tratos aos animais. A pena varia de dois a cinco anos de reclusão. Ele foi encaminhado ao presídio e será submetido a uma audiência de custódia nas próximas 24 horas, ficando à disposição da Justiça. A operação ainda contou com o apoio do Sítio Dona Lúcia, em Blumenau, que ficará com os animais temporariamente. Além deles, participaram do resgate a equipe Projeto Cadeia para Maus-Tratos e um médico veterinário voluntário.
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