Projeto Oriri rememora aulas de dança barroca e de ballet em Chapecó

Projeto Oriri rememora aulas de dança barroca e de ballet em Chapecó

21 de agosto de 2024 Off Por Editor



  • “Colocamos o corpo no lugar de arte, existência e presença, nos reconhecendo no tempo e espaço”. Assim João Rafael Alves, de 42 anos, expressa como foi participar da oficina de Introdução à Dança Barroca, ministrada pela produtora cultural e bailarina Bruna Meoti no último mês de julho, no CEU das Artes, em Chapecó. Depois de anos pesquisando a história da dança, em especial a clássica, Bruna proporcionou aos alunos da oficina uma viagem ao século 17, quando nasce a Dança Barroca. E através dela, João percebeu o que seu corpo pode fazer diante do desafio de dançar algo diferente. “A dança ultrapassa a questão do valor estético por conta das características da época em que foi construída, no que diz respeito à moral, costumes, valores e princípios. E a expertise da Bruna tornou a experiência um momento para além do aprendizado, também lúdico e terapêutico”, avalia. Andrea M. Frazzon, de 46 anos, também esteve presente na oficina, e além de ter gostado de conhecer os primórdios da Dança Barroca, algo em especial lhe chamou a atenção. “Sou formada em Engenharia Civil e saber que a arquitetura e os arabescos estavam envolvidos nesse tipo de dança me deixou encantada. A Bruna é uma mente muito curiosa e foi atrás do conhecimento a fundo para poder transmitir para a gente. Conduziu a aula prática de uma forma espetacular, com uma ótima didática. Valeu a pena cada minuto”, conta. Foi ao participar da oficina ‘Como era uma aula de ballet no século 19’, também ministrada por Bruna Meoti no último mês de julho, que Andrea se interessou nas aulas introdutórias de Dança Barroca. Como a maioria das meninas, sua história com a dança clássica começou quando criança. Embora em alguns momentos tivesse que deixar o ballet em segundo plano, a dança sempre esteve presente em sua vida. Na ocasião, Andrea e os colegas tiveram a oportunidade de compreender a realidade das bailarinas do século 19 através do curta-metragem Les Petits Rats (2021), dirigido por Bruna, que também é produtora audiovisual. Ela expõe que ficou chocada ao ter conhecimento sobre a exploração sexual que as bailarinas sofriam na época.
    Bruna compartilha que foi desafiador traduzir as aulas do século 19, transformar o texto em movimento e adaptar o conteúdo para a turma, mas que gostou muito da experiência. “Minha intenção era de que os alunos compreendessem as diferenças entre o que dançamos atualmente e como se dançava em outras épocas, e analisassem que o entendimento do que é belo na dança hoje é bem diferente do que se entendia em outros períodos da história. Foi lindo ver a interação entre eles, o interesse e o brilho nos olhos!”.

    Para além de Chapecó

    Os participantes acreditam que uma comunidade estimulada a consumir cultura, se desenvolve. “São raras as oportunidades de participar de uma oficina tão rica. Quanto mais forem os recursos destinados à cultura, mais pessoas se envolvem”, pondera Andrea. “Estas oficinas deveriam ser expandidas a nível de estado e nacional para que outras pessoas possam buscar, através de diferentes culturas e composições, trazer a dança como uma forma de experienciar a vida com mais leveza, e levar a dança para espaços populares, para que pessoas de todas as classes possam ter contato com ela”, finaliza João. O desenvolvimento das oficinas só foi possível por conta do incentivo público à cultura. A atividade de Introdução à Dança Barroca contou com recursos do município de Chapecó, através da Lei Paulo Gustavo. E a oficina de ballet no século 19 foi contemplada no Edital de Fomento e Circulação das Linguagens Artísticas de Chapecó 2023. Ambas as propostas fazem parte de um projeto maior, o Oriri, realizado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura [FCC], por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. Ricos materiais, entre ebooks, vídeos, e posts já foram produzidos e estão disponíveis nas mídias sociais. Para ficar por dentro dos próximos conteúdos, acesse o site projetooriri.com.br e siga @projetooriri no Instagram, Facebook e TikTok para desvendar novas histórias.