Queimadas e alta na conta de luz podem impulsionar aumento da inflação
13 de setembro de 2024O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou uma queda de 0,02% em agosto, marcando a primeira desinflação desde junho de 2023. No entanto, apesar dessa redução, espera-se que o índice volte a subir devido aos efeitos das queimadas em todo o país e à bandeira vermelha nas contas de energia. A redução foi anunciada nesta terça-feira (10). Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada no Brasil é de 4,24%, enquanto de janeiro a agosto o índice subiu 2,85%. No grupo de alimentação e bebidas, destacam-se as quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). No setor de habitação, a principal contribuição para a desinflação veio da redução no preço da energia elétrica, devido à bandeira verde nas contas de energia. Contudo, a expectativa é que essa redução não persista nos próximos meses. De acordo com Carla Beni, economista e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), a inflação deve enfrentar uma correção em breve devido a dois fatores principais: a alta nos preços da energia, que voltou a subir em setembro, e os impactos da seca e das queimadas, especialmente no estado de São Paulo. “A bandeira vermelha foi acionada, então a gente vai ter um encarecimento na energia elétrica residencial e nós vamos ter também um impacto, a conferir, das secas e das queimadas em vários setores produtivos”, explica a professora. Maykon Douglas, economista da Highpar, observa que as flutuações do IPCA não são recentes e têm se tornado mais frequentes. “A inflação tem sido muito volátil nos últimos meses, principalmente quando a gente pega itens como energia elétrica e alimentação. Tivemos efeitos das próprias enchentes. […] Nesse ano tiveram muitas perturbações de curto prazo”, afirma o economista.
O que é IPCA?
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador da inflação no Brasil. Ele mede a variação dos preços de produtos e serviços, refletindo o poder de compra da moeda brasileira, o real. Calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA é utilizado como referência para as metas inflacionárias do país. Inflação alta pode desacelerar a economia, aumentar a dívida pública e reduzir o poder de compra das pessoas. Por outro lado, uma inflação baixa também pode impactar negativamente a economia. O índice é calculado com base na média ponderada da variação dos preços de produtos e serviços, como arroz, feijão, transportes e medicamentos.