Com só 10 ministras, Lula cobra presença feminina na ONU
24 de setembro de 2024Petista já demitiu três mulheres do primeiro escalão de seu governo; além disso, indicou dois homens ao STF
Durante seu discurso na 79ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou uma maior presença feminina dentro da entidade. A declaração ocorreu nesta terça-feira, 24. “Inexiste equilíbrio de gênero no exercício das mais altas funções. O cargo de secretário-geral jamais foi ocupado por uma mulher”, disse Lula. “Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século 21 com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada.” Nesse momento, o chefe do Executivo brasileiro foi aplaudido pelas autoridades presentes no evento da ONU, incluindo a primeira-dama Janja Lula da Silva, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente. Embora Lula tenha cobrado uma maior inclusão de mulheres em altos cargos da ONU, seu governo atualmente é composto de 38 ministros, sendo dez mulheres. Além disso, o presidente indicou dois homens, Cristiano Zanin e Flávio Dino, para as duas vagas abertas no Supremo Tribunal Federal (STF) — sendo uma delas, anteriormente ocupada por uma mulher, Rosa Weber.
As ministras de Estado são:
Simone Tebet — Planejamento e Orçamento
Anielle Franco — Igualdade Racial
Cida Gonçalves — Mulheres
Esther Dweck — Gestão e Inovação
Luciana Santos — Ciência e Tecnologia
Macaé Evaristo — Direitos Humanos
Margareth Menezes — Cultura
Marina Silva — Meio Ambiente
Nísia Trindade —Saúde
Sônia Guajajara — Povos Indígenas
Demissões de mulheres no governo Lula
Em quase dois anos de gestão, Lula já demitiu três mulheres que integravam o alto escalão do governo para acomodar indicações do centrão. As mudanças visavam à consolidação do apoio de partidos, como União Brasil, PP e Republicanos no Congresso Nacional. Em julho de 2023, ocorreu a primeira demissão do governo federal. A ministra Daniela Carneiro saiu do Ministério do Turismo para abrigar o deputado Celso Sabino (União-PA) a pedido do União Brasil. Já em setembro do mesmo ano, foi a vez da então ministra dos Esportes, Ana Moser. Apesar da resistência de lideranças do esporte e de outras ministras mulheres, a ex-atleta foi substituída pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA). Um mês depois, a gestão petista ficou marcada pela saída de Rita Serrano da presidência da Caixa. O comando do banco foi negociado com Lira, o qual indicou o servidor de carreira Carlos Vieira para assumir a instituição.
Com informações Revista Oeste