SC tem novo mapa político com vitória do PL em 90 cidades e queda do MDB no número de prefeituras
7 de outubro de 2024O resultado da eleição municipal trouxe um novo desenho para a geografia política catarinense
O resultado da eleição municipal de ontem domingo, 6, trouxe um novo desenho para a geografia política de Santa Catarina confirmando o protagonismo do PL, do governador Jorginho Mello, e do PSD, partido do agora prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues. As duas siglas protagonizaram embates diretos em quatro das 11 maiores cidades catarinenses e tiveram suas lideranças estaduais presentes diretamente nas disputas que representavam muito mais do que a vitória municipal. O resultado das eleições de ontem é o alicerce para 2026. Tradicionalmente o partido com maior número de prefeituras, o MDB perdeu 30 cidades, ficando com 69 vitórias, contra as 96 de 2020. Os emedebistas viram seu protagonismo ofuscado pelo PL, que garantiu 90 prefeituras. Dentre as maiores cidades, o MDB teve conquistas com as reeleições em Jaraguá do Sul, de Jair Franzner, em Biguaçu, de Salmir da Silva e em Araranguá, de Cesar Cesa. Embora com o segundo lugar no número de prefeitos eleitos, o MDB perdeu força em Santa Catarina. A sigla com o maior número de prefeitos eleitos, o PL, mais do que duplicou o número de cidades. Em 2020, quando não tinha no seu quadro partidário a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro, conquistou 27 prefeituras. Terminou 2023 com 43 nomes, fruto de novas filiações, e ontem com as eleições finalizadas em 1º turno tornou-se o partido líder em prefeituras, com 90 eleitos. Dos 15 maiores municípios, Jorginho Mello comemorou as vitórias de Blumenau, em primeiro turno com Egidio Ferrari, além de Itajaí, Palhoça, Brusque e Tubarão. Ainda teve Lages que elegeu Carmen Zanotto pelo Cidadania. Um nome considerado aposta direta do governador e que deve migrar para o PL no futuro. Se por um lado Jorginho garantiu o objetivo do maior número de vitórias nas cidades catarinenses, por outro também enfrentou derrotas. A principal delas foi em Criciúma, onde Vaguinho Espíndola (PSD) foi eleito com 49,33% dos votos. Ricardo Guidi (PL), ficou em segundo lugar com 37,72%. Na cidade, PL e PSD protagonizaram um dos principais confrontos, transbordando a esfera municipal. A aposta do prefeito Clésio Salvaro em escolher o seu candidato fez o deputado federal Ricardo Guidi deixar o PSD para concorrer pelo PL num movimento arriscado, mas que tinha o respaldo e empenho direto de Jorginho e dos deputados federais do PL. O ex-presidente Jair Bolsonaro marcou presença na campanha, mas sua influência não convenceu o eleitor. O PSD manteve o número de prefeituras conquistadas em 2020, 41, mas viu crescer sua representação junto ao eleitor. A sigla vai governar cerca de 25% da população catarinense, um pouco mais de 2,1 milhões. Também comemora vitórias em sete das 15 maiores cidades do estado. São elas: Criciúma, São José, Chapecó, Balneário Camboriú, Camboriú e Navegantes, além de Florianópolis, com Topázio Neto reeleito em primeiro turno. Na Capital, Topázio venceu tendo como vice Maryanne Mattos do PL, numa vitória comemorada também por Jorginho Mello. Além de Criciúma, dos confrontos diretos com o PL, o PSD venceu em Balneário Camboriú, com Juliana Pavan, e em São José, com Orvino. Nas duas cidades, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro aos candidatos adversários não influenciou a preferência do eleitor. O Progressista também manteve o número de prefeituras, com 53 vitórias. PSDB garantiu 13 prefeituras, perdendo 20 se comparado a 2020, quando venceu em 33 cidades. União Brasil venceu em 9 e o PT em 7, reduzindo sua representação. O Republicanos elegeu 4 prefeitos e o partido Novo 3, dentre eles o da maior cidade do estado, Joinville, com a reeleição em primeiro turno de Adriano Silva. Podemos elegeu 3 prefeitos e o Cidadania 2.