Preço da carne registra maior alta dos últimos quatro anos

Preço da carne registra maior alta dos últimos quatro anos

14 de outubro de 2024 Off Por Editor



  • Contra-filé é o principal ‘vilão’ para o bolso do brasileiro

    Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última terça-feira, 8, mostra que o preço da carne subiu, em média, quase 3% em setembro. Trata-se da maior alta desde dezembro de 2020, quando estes itens subiram pouco mais de 3,5% em apenas um mês. O contra-filé foi o que mais subiu de preço na passagem de agosto para setembro: alta de 3,8%. Em seguida aparecem a carne de porco, o patinho e a costela, também com altas superiores a 3%. “A forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta”, analisa o gerente da pesquisa, André Almeida. “Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática.” A queda na oferta, aliada à manutenção da procura, fez o preço da arroba do boi gordo disparar 24% em pouco mais de um mês: saltou de R$ 215 para R$ 300, segundo a Safras & Mercado.

    Quais cortes ficaram mais caros

    Contra-filé: 3,79%
    Carne de porco: 3,67%
    Patinho: 3,15%
    Costela: 3,1%
    Pá: 3,04%
    Alcatra: 3,02%
    Acém: 2,96%
    Lagarto redondo: 2,72%
    Lagarto comum: 2,67%
    Filé-mignon: 2,47%
    Chã de dentro: 2,44%
    Peito: 2,21%
    Músculo: 1,56%
    Fígado: 0,83%
    Cupim: 0,46%
    Picanha: 0,12%

    Produção de carne deve cair pela primeira vez em 5 anos

    Os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que quantidade de carne disponível para o consumo do brasileiros deve cair quase 2% em 2025. A redução ocorre na esteira de uma queda da produção, estimada em 0,1% — é a primeira retração em cinco anos. De acordo com os dados da Conab, a quantidade de carne disponível para o mercado interno brasileiro cairá 250 mil toneladas de 2024 para 2025, uma redução de 1,2%. A queda vai ocorrer em razão do desempenho do setor de bovinos, que deve cair 7,8%. Trata-se da proteína animal com o segundo maior nível de consumo na dieta da população do país. A maior parte da proteína animal que abastece os lares do Brasil é de, basicamente, três tipos. Além de bovinos, completam a lista as aves, líder do mercado interno, e suínos, terceiro maior porção na dieta nacional. Diferentemente do previsto para os bovinos, as projeções mostram crescimento para a oferta de proteína de aves e de suíno, que devem aumentar 2,3% e 1,1%, respectivamente. Somados os três tipos, a média do consumo de carne deve fechar em cerca de 100 quilos por brasileiro em 2024.