Padrasto é condenado a 37 anos de prisão por abusar de enteada de nove anos em SC

Padrasto é condenado a 37 anos de prisão por abusar de enteada de nove anos em SC

16 de outubro de 2024 Off Por Editor



  • Após vários meses sofrendo abusos, a criança foi a pé até a casa da prima em um bairro distante para pedir ajuda

    Entre os meses de janeiro e outubro de 2020, uma criança de nove anos teve a vida e o psicológico abalados devido a violências sexuais sofridas dentro de casa, no município de Fraiburgo. Quatro anos depois, o padrasto foi condenado a 37 anos e seis meses de prisão por abusar da enteada. No entanto, ele poderá recorrer da sentença em liberdade.

    Como aconteciam os estupros

    Conforme o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os crimes ocorreram durante o primeiro ano de pandemia da Covid-19, momento em que as aulas escolares estavam suspensas e a menina passava o dia todo em casa. O padrasto se aproveitava da situação e obrigava a criança a satisfazer os desejos sem poder contar nada a ninguém. De acordo com as denúncias, o homem usava o poder e o medo para silenciar a vítima nos momentos em que ficava sozinho com ela, esfregando as partes íntimas e fazendo ameaças. Por não aguentar mais os abusos, em um domingo, a menina fugiu a pé para a casa de uma prima, em um bairro distante, e contou o que vinha sofrendo.

    Investigação e condenação

    No mesmo dia, a Polícia Militar (PM) e a conselheira tutelar de plantão foram acionados, e se encaminharam até a casa da criança para conversar com a mãe. Segundo o MPSC, as autoridades encontraram um lar desestruturado, com outras crianças vivendo sob total ausência de carinho e afeto. O abusador conseguiu fugir antes da chegada da Polícia, mas acabou denunciado pela Promotoria de Justiça criminal da comarca e localizado. Na última semana, o homem teve a sentença condenatória, definida em mais de 37 anos, pelo crime de estupro de vulnerável. O criminoso poderá recorrer em liberdade até que a sentença transite em julgado. A Promotora de Justiça Andréia Tonin espera que um eventual recurso seja negado e o réu cumpra a pena em regime fechado. “Esse crime atinge de forma devastadora a vida da vítima, comprometendo seu desenvolvimento físico, emocional e psicológico, muitas vezes de maneira irreversível. Além disso, a impunidade encoraja a perpetuação dessa violência, mas, quando a Justiça atua de forma rigorosa, enviamos uma mensagem clara de que a sociedade não tolera o abuso e a exploração de crianças e adolescentes”, afirma.