PT reconhece vitória de Maduro ao assinar resolução do Foro de São Paulo

PT reconhece vitória de Maduro ao assinar resolução do Foro de São Paulo

16 de outubro de 2024 Off Por Editor



  • Partido do presidente Lula participou de reunião de agremiações de esquerda no México

    O Partido dos Trabalhadores (PT) assinou uma resolução do Foro de São Paulo, em que reconhece a vitória eleitoral do ditador Nicolás Maduro e manifesta solidariedade ao regime venezuelano. O documento foi formulado e divulgado durante uma reunião do grupo de partidos de esquerda, realizada no México, paralelamente à posse da esquerdista Claudia Sheinbaum, a nova presidente do país. Em sete páginas, os partidos de esquerda criticam nominalmente todos os presidentes de centro ou centro direita da América Latina, como Daniel Noboa, Javier Milei e Luis Lacalle Pou, se insurgem contra o “imperialismo” dos Estados Unidos e elogiam as iniciativas do “Sul Global”, liderado pelas ditaduras da China e Rússia. No trecho sobre Maduro e a ditadura venezuelana, os partidos esquerdistas apelam “ao respeito pelas instituições democráticas da Venezuela” e ao resultado das urnas, que “deram a vitória” a Maduro. “Dadas as ações da extrema direita, torna-se imperativo que as nossas forças políticas apelem ao respeito pelas instituições democráticas da Venezuela e à autodeterminação do povo venezuelano em relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao Presidente Maduro”, escreveram os esquerdistas no documento com data de 24 de setembro. E prosseguem, mencionando um evento da esquerda realizado na Venezuela em setembro: “Saudamos o recente Congresso Mundial contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressões Similares, nos dias 10 e 11 de setembro em Caracas, bem como a criação da Internacional Antifascista. A realização desta atividade na Venezuela tem uma importância transcendental, devido à coordenação internacional e ao trabalho conjunto das forças de extrema direita para atacar os resultados das eleições presidenciais venezuelanas e a vitória do presidente Nicolás Maduro.”

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    As eleições na Venezuela

    As eleições na Venezuela foram realizadas em 28 de julho e as atas que comprovariam a vitória de Maduro jamais foram apresentadas. Mesmo assim, tanto o órgão eleitoral — o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — quando o Tribunal Supremo da Venezuela proclamaram Maduro vencedor. Antes das eleições, a principal adversária do regime, María Corina Machado, foi impedida de disputar a presidência, sob o argumento de que estava inelegível. Sua substituta, Corina Yoris, também foi rechaçada pela ditadura. Mesmo assim, o candidato oposicionista, Edmundo González, liderou as pesquisas. Instituições independentes, como o Carter Center, dos EUA, e a Associated Press, que analisaram as atas recolhidas pela oposição, disseram que González venceu o pleito. Até agora, nenhum país democrático (salvo os governados por políticos de esquerda alinhados com Maduro) reconheceu a vitória de Maduro. Também em julho, a Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou que não reconhece o resultado da eleição na Venezuela, divulgado pelo CNE. Segundo um relatório da OEA, há sinais de que o regime manipulou os dados da contagem para beneficiar Maduro. Depois das eleições, dezenas de protestos foram realizados e mais de 1,5 mil pessoas foram presas, inclusive adolescentes.

    PT não comenta reconhecimento de vitória de Maduro

    Mônica Valente, que ocupa o cargo de secretária-executiva do Foro e integra a Executiva Nacional do PT, participou do encontro. No entanto, o partido decidiu não divulgar amplamente o apoio à resolução pró-Maduro, temendo possíveis repercussões negativas nas eleições municipais. Uma fonte interna do partido confirmou essa preocupação à CNN. Até o momento, a assessoria de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, ainda não se manifestou sobre o assunto.

    Partido de Lula disse que eleições na Venezuela foram “democráticas”

    Em julho deste ano, o partido de Lula afirmou, em nota divulgada, que as eleições na Venezuela foram “pacíficas, democráticas e soberanas”. O próprio presidente disse que o processo foi normal e tranquilo. O pleito terminou sem a contagem total dos votos, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) se negou a apresentar as atas necessárias para comprovar a idoneidade das eleições. No anúncio do resultado, o órgão apenas comunicou a vitória do ditador Nicolás Maduro.

    Com informações Revista Oeste