Em Chapecó, ‘casinhas da cultura’ estimulam a leitura e a troca de livros

Em Chapecó, ‘casinhas da cultura’ estimulam a leitura e a troca de livros

19 de maio de 2017 Off Por Chapecó



  • Nesses locais, moradores podem pegar qualquer obra e também colocar outras à disposição de novos leitores.

    Boas ideias chanceladas por pessoas que acreditam no bem-estar coletivo por meio do incentivo à leitura têm transformado cidades catarinenses. Os olhares mais atentos provavelmente já notaram em alguns pontos de Chapecó, no Oeste, pequenas casinhas de madeira nas cores verde e amarelo, que protegem livros.

    Com a intenção de estimular a troca de obras entre os frequentadores de forma gratuita e colaborativa, a chapecoense Maria Cristina Breda Canal, de 56 anos, que cresceu em meio aos livros, decidiu adaptar uma ação de um projeto carioca que conheceu pelas redes sociais.

    Com a ajuda do marido, o marceneiro Irno Merlo, de 73 anos, ela criou a “Casinha da Cultura”, que como o próprio nome sugere, disponibiliza obras literárias gratuitamente em diferentes lugares. A ideia é que esses pontos incentivem o hábito da leitura.

    A porta da casinha, que funciona 24h como uma pequena biblioteca, não tem tranca. Qualquer pessoa pode pegar livremente os livros que ficam dentro dela e também colocar algum que queira no local.

    “É um espaço para que as pessoas de qualquer idade e poder econômico possam ter um acesso maior ao livro e, consequentemente, à leitura. Qualquer pessoa pode pegar o livro, levar para casa, ler e devolver após alguns dias, e ainda contribuir, deixando outros”, afirma.

    Casinhas se espalharam
    A primeira casinha foi criada em dezembro de 2015. Com recursos próprios e com livros do acervo pessoal do casal, a casinha foi instalada em frente da própria casa, no portão da Escola Antônio Morandini, no bairro Saic. Desde então, 46 pontos receberam a iniciativa, entre eles estabelecimentos comerciais, hospitais, fundações, unidades de ensino, condomínios, entre outros.

    “Desde que o projeto ganhou divulgação, muitos se interessaram em ter a casinha. Foi quando adaptamos o projeto para que as pessoas pudessem colaborar e também disseminar a proposta. Cabe aos apoiadores a ajuda do custo do material para a confecção, no valor de R$ 220 e também de doadores, que colaboram com os livros para o acervo”, disse.

    A mão de obra, a instalação e a primeira remessa de livros ficam sob responsabilidade de Maria Cristina. “Cada adotante também nos ajuda a captar novos livros, motivar à comunidade no entorno e acompanhar a Casinha da Cultura”, explica.

    Outras iniciativas
    O projeto também já inspirou iniciativas no Rio Grande do Sul e no Paraná. Segundo a idealizadora, não existe uma meta em números para a instalação, mas a vontade é de instalar uma casinha em frente a todas as escolas estaduais e municipais, além de promover melhorias em espaços que podem ser explorados pela população.

    “Nossa preocupação é difundir o hábito da leitura. É também uma preocupação com as próximas gerações, pois entendemos que as práticas de leitura são fundamentais para a educação, que é indispensável”, completa a fundadora.

    Serviço
    Projeto: “Casinha da Cultura”
    O que faz: Projeto busca estimular a leitura e a troca de livros entre os frequentadores de forma gratuita e colaborativa
    Sede: Chapecó
    Início das atividades: dezembro de 2015
    Contato: [email protected]

    Fonte: G1