
Tchau verão! Veja como será o clima no outono de 2025
20 de março de 2025O outono de 2025 começou às 6h01 desta quinta-feira (20) no Hemisfério Sul, e apesar da chegada da nova estação, o calor ainda não vai embora. A neutralidade no Oceano Pacífico, sem El Niño ou La Niña, pode trazer extremos de temperatura e mudanças bruscas no tempo. Além disso, a chuva ficará abaixo da média em grande parte do Brasil, o que pode afetar a agricultura e causar estiagens prolongadas.
Sem El Niño, mas com influência do oceano
Diferente de 2024, quando o outono começou sob um El Niño moderado a forte, este ano a estação chega com o Pacífico em neutralidade. Isso significa que não há um fenômeno climático dominante, mas isso não quer dizer estabilidade. Pelo contrário: a ausência de um padrão fixo pode gerar extremos tanto de calor quanto de frio, além de variações inesperadas na chuva. Apesar da neutralidade, as águas do Oceano Pacífico próximas à América do Sul estão mais quentes do que o normal, o que é chamado de El Niño costeiro. Esse aquecimento tende a dificultar a entrada de massas de ar frio no Sul do Brasil, favorecendo um outono mais quente do que o normal na região.
Outono de 2025 não será uma repetição de 2024
A lembrança do outono passado ainda é forte, especialmente para os moradores do Rio Grande do Sul, que enfrentaram enchentes históricas e um desastre sem precedentes. Mas as condições meteorológicas deste ano são bem diferentes. Em 2024, o outono começou com um El Niño em transição, enquanto agora a mudança é da La Niña para a neutralidade. Outro fator importante é a temperatura do Oceano Atlântico. No ano passado, o Atlântico Tropical estava com recordes de calor, o que contribuiu para as chuvas intensas. Desta vez, esse aquecimento não se repete, reduzindo a probabilidade de eventos extremos como os de 2024.
Chuva abaixo da média em boa parte do Brasil
O outono marca uma mudança no regime de chuvas no Centro-Sul do país. Durante o verão, as precipitações ocorrem mais por convecção (formação de nuvens carregadas devido ao calor e umidade). No outono, a chuva passa a ser provocada, principalmente, pela passagem de frentes frias e centros de baixa pressão. A previsão para 2025 aponta chuva abaixo da média em grande parte do Centro-Sul do Brasil, com algumas áreas do Sul enfrentando estiagem severa. No Rio Grande do Sul, o déficit de precipitação acumulado ao longo do verão já levou mais de 200 municípios a decretarem emergência, e a situação não deve se normalizar rapidamente. Por outro lado, algumas regiões costeiras, como parte do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sul de Minas Gerais, podem ter chuva dentro ou acima da média em determinados períodos da estação.
Temperaturas elevadas e calor persistente
O outono de 2025 será marcado pelo predomínio de temperaturas acima da média na maior parte do Brasil. No Centro-Oeste e no Sudeste, o calor deve ser mais intenso e prolongado, com poucas ondas de frio significativas. No Sul, a variação será maior, mas ainda assim as temperaturas devem ficar acima da média em muitas áreas. A estação pode trazer o chamado “veranico de maio”, períodos de calor atípico após dias frios. Isso ocorre porque as massas de ar quente ainda terão forte influência, especialmente no Paraná e em parte de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Embora o frio não desapareça completamente, ele será pontual e menos persistente do que em anos anteriores. As geadas serão menos frequentes, e os dias de frio intenso ficarão restritos a eventos isolados, principalmente no Sul e em áreas serranas.
Neblina, ventos e mudanças bruscas no tempo
O outono é também a estação da neblina e do nevoeiro. A combinação de noites frias e tardes quentes favorece a formação dessas condições, especialmente no Sul e no Sudeste. Porto Alegre, por exemplo, tem maio e junho como os meses com maior incidência de nevoeiro, o que pode impactar aeroportos e rodovias. Outro fenômeno comum no outono são as mudanças bruscas de temperatura. Com a passagem de frentes frias, os termômetros podem cair mais de 20ºC em poucas horas. Além disso, a estação marca o aumento da ocorrência de ciclones extratropicais, que trazem ventos fortes e até ressacas no litoral. “As rajadas podem variar entre 50 e 100 km/h, dependendo da intensidade do ciclone. Em casos extremos, podem ultrapassar os 100 km/h, causando danos e até falta de energia em algumas regiões”, explicam meteorologistas.
O que esperar nos próximos meses
Com menos chuva e temperaturas mais altas, a agricultura pode ser afetada, especialmente no Sul e no Centro-Oeste. A falta de precipitação pode prejudicar o milho safrinha e aumentar o risco de estiagens prolongadas. No geral, o outono de 2025 promete um clima dinâmico, com períodos de calor intenso, poucas ondas de frio persistente e chuvas irregulares. A neutralidade do Pacífico torna a previsão mais complexa, tornando essencial o acompanhamento frequente das condições meteorológicas.
Com informações MetSul