
Anvisa alerta para risco de ‘síndrome do lobisomem’ em bebês
19 de abril de 2025O problema foi relacionado ao contato com a pele de adultos que haviam aplicado minoxidil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta na última terça-feira (15) sobre o risco de uso inadequado do minoxidil, popular no tratamento da calvície, após relatos de bebês com crescimento anormal de pelos — condição conhecida como ‘síndrome do lobisomem’. O problema foi relacionado ao contato com a pele de adultos que haviam aplicado o produto.
Minoxidil e a ‘síndrome do lobisomem’
O minoxidil, usado no tratamento da alopecia androgenética — queda progressiva de cabelo — pode ser encontrado em comprimidos, spray, gotas ou gel. As versões tópicas (spray, gel e gotas) são as que oferecem mais risco para crianças pequenas, principalmente se houver contato direto com áreas do corpo onde o produto foi aplicado. De acordo com a Anvisa, casos registrados na Europa mostram que bebês passaram a apresentar hipertricose, que é o crescimento anormal de pelos no corpo. O quadro, apesar de impactante, costuma regredir após a interrupção do contato com o medicamento. Diante do alerta, a Agência solicitou que as empresas responsáveis pelo registro do produto no Brasil atualizem as bulas, incluindo o risco de exposição acidental a bebês. A recomendação é que usuários lavem bem as mãos após aplicar o minoxidil e evitem o contato de crianças com áreas tratadas. A Anvisa também reforçou a importância da orientação médica no uso do medicamento e pediu atenção redobrada dos profissionais de saúde e pacientes. “A exposição pode ocorrer, por exemplo, quando os pais aplicam o produto na barba ou no couro cabeludo e, em seguida, entram em contato com a pele do bebê”, detalha o alerta. Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), a chamada “síndrome do lobisomem” pode causar crescimento exagerado de pelos por todo o corpo ou em partes específicas. Em alguns casos, a condição também pode estar relacionada ao uso de medicamentos ou doenças como o câncer. Apesar do nome curioso e do susto que pode causar nos pais, especialistas destacam que, com a interrupção da exposição ao minoxidil, o quadro tende a desaparecer naturalmente em poucos meses. Mesmo assim, o cuidado precisa ser levado a sério.
Com informações SBT News