Funcionário de telefonia usa biometria de clientes para fraudar contas em SC

Funcionário de telefonia usa biometria de clientes para fraudar contas em SC

24 de abril de 2025 Off Por Editor



  • Fraude afetou mais de 50 vítimas e gerou 1.500 reclamações em Joinville

    A Polícia Civil de Santa Catarina desarticulou um esquema de fraudes que usava reconhecimento facial de forma fraudulenta para abrir contas bancárias e contratar empréstimos em nome de terceiros. O golpe já teria causado prejuízo a mais de 50 vítimas, entre pessoas físicas, empresas e bancos digitais, com mais de 1.500 reclamações registradas apenas em Joinville nos últimos 12 meses. A operação foi conduzida, na sexta-feira (04), pela Delegacia de Combate a Estelionatos de Joinville (DCE), com apoio da Polícia Civil de São Paulo e do Rio de Janeiro. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Joinville (SC), São Paulo (SP) e Volta Redonda (RJ).

    Como o golpe funcionava

    O responsável pelas fraudes era um funcionário de empresas de telefonia, que agia sem o conhecimento dos empregadores. Ele simulava vendas normais de linhas de celular, mas na verdade coletava ilegalmente dados biométricos, como fotos e vídeos para reconhecimento facial dos clientes. Essas informações eram então usadas para abrir contas digitais e liberar microcréditos em nome das vítimas, sem que elas soubessem. O golpe só era descoberto quando o nome da pessoa era negativado em instituições com as quais nunca teve relacionamento.

    Fiscalização

    Durante a operação, a Polícia Civil atuou em conjunto com a Secretaria da Fazenda de SC e o Procon de Joinville, realizando fiscalizações em lojas do setor de telefonia, inclusive com orientações sobre boas práticas para evitar fraudes futuras. As ações também foram comunicadas à Anatel, órgão regulador das operadoras. O uso indevido de dados biométricos, como no caso investigado, fere a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e representa violação a um direito fundamental do cidadão garantido pela Constituição Federal. A Polícia Civil segue investigando outros possíveis envolvidos e alerta a população para sempre verificar contratos, consultar o CPF regularmente e denunciar movimentações suspeitas.