JOVEM CHAPECOENSE É QUEIMADA VIVA POR DÍVIDA COM TRAFICANTE
2 de junho de 2017O corpo de Roberta Keller, 19 anos, foi encontrado em uma vala em meio à mata, no bairro Nova Brasília, em Brusque. Ela, que era natural de Chapecó mas morava em Guabiruba, foi assassinada na madrugada do dia 25 de maio, incendiada viva, e tinha sinais de torturas pelo corpo.
A imprensa só teve autorização para divulgar o crime na noite de desta quinta-feira, 1, pois a Polícia Civil preferiu manter em sigilo as investigações para conseguir prender a tempo os criminosos. Antes mesmo de encontrar o corpo, na terça-feira, 30, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) recebeu uma denúncia de que uma jovem havia sido morta incendiada, no Nova Brasília.
Pouco tempo depois, o delegado Alex Bonfim Reis recebeu um áudio de WhatsApp em que mostra a gravação dos acusados do crime com Roberta, em que eles a fazem confessar que roubou uma quantia de drogas de um dos acusados pela morte.
Com essas informações, a polícia iniciou as investigações e conseguiu chegar aos nomes dos envolvidos: Cláudio Batista dos Santos; Júlio César Poroski, o Galego; Pâmela Tainá Carvalho Pereira e Robson Geovane Mendes dos Santos. Porém, restava ainda saber a localização do corpo.
Foi então que a polícia recebeu mais uma denúncia informando com exatidão o local em que ocorreu o crime. Na tarde de quarta-feira, 31, os agentes da DIC foram até o local indicado, junto com policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), cavaram em uma terra mexida e encontraram o corpo carbonizado.
Durante as investigações foi descoberto que um taxista, que também foi preso temporariamente, foi quem levou os quatros acusados e Roberta até o local do crime. Em certo momento, um dos envolvidos mandou o taxista ir até um posto de combustíveis para comprar gasolina e retornar ao local. Depois disso, o taxista conta que foi embora e retornou apenas uma hora depois.
Após matarem a jovem, voltaram de táxi apenas os quatro acusados, sem a Roberta, todos estavam sujos de lama, e trouxeram de volta uma enxada, a qual levaram junto no porta-malas do carro. Coincidentemente, no mesmo dia, a Polícia Militar recebeu uma denúncia que o mesmo táxi transportava drogas.
Os policiais então abordaram o veículo com os ocupantes em um posto de combustíveis e os encontraram sujos. Porém, como nada foi localizado, eles foram liberados.
Prisão dos envolvidos
Após encontrarem o corpo de Roberta, o delegado entrou com pedido de prisão contra os quatro acusados, além do taxista. Nesta quinta-feira, a DIC, em conjunto com a Polícia Militar, conseguiu prender Cláudio Batista dos Santos; Júlio César Poroski, o Galego; Pâmela Tainá Carvalho Pereira e o taxista, que não teve o nome divulgado, pois ainda se investiga a participação dele no crime.
Segundo o delegado, Roberta tinha envolvimento com drogas e sua morte está relacionada a uma dívida com os traficantes, mais precisamente com Cláudio. “A Roberta foi mais uma vítima do tráfico. Ela tinha envolvimento com drogas e não morava mais com família, não tinha paradeiro certo e faleceu em razão do tráfico, as provas são claras”, diz. O último contato com a mãe, por telefone, foi em 11 de maio.
Sepultamento
Como o corpo estava queimado, foi necessário colocá-lo direto em uma urna lacrada, sem preparação. Com isso, não foi possível realizar o velório. O sepultamento de Roberta ocorreu nesta quinta-feira à tarde, no cemitério do Lageado Baixo, em Guabiruba.
Foragido
Robson Geovane Mendes dos Santos conseguiu fugir antes da chegada da Polícia Militar. Porém, no áudio de WhatsApp recebido pela polícia fica clara a participação dele no crime. Por isso, o delegado solicita a colaboração da população para informar o paradeiro do acusado.
Fonte: Jornal O Município